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Envolvidos em ataque criminoso à cidade de Confresa são condenados a 191 anos de reclusão

Investigados pela Polícia Civil de Mato Grosso pelo ataque criminoso a uma empresa de valores na cidade de Confresa, em abril do ano passado, ação que aterrorizou os moradores da cidade, foram condenados a penas que somadas totalizam 191 anos.

As condenações são fruto da investigação conduzida pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia Regional de Vila Rica que resultou na identificação dos membros do grupo criminoso e apontou o papel de cada um na estrutura usada para promover o assalto à empresa de valores.

Foto: Reprodução

Duas condenações foram publicadas nesta semana pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá de combate ao crime organizado. Petrusilandio Machado e Félix da Silva Aguiar foram sentenciados a 27 anos e 10 meses de prisão por atuarem diretamente na logística e facilitar a execução de parte do plano criminoso, conhecido como ‘domínio de cidades’.

Outros três condenados 

Paulo Sérgio da Silva, um dos executores diretos do crime, Isaias Pereira da Silva e Jocivan Jovan de Araújo foram condenados no primeiro semestre deste ano. Paulo e Isaias receberam penas de 56 e 54 anos, respectivamente, e Jocivan foi condenado a 27 anos de reclusão.

Paulo Sérgio, apontado como integrante de uma facção criminosa paulista, foi o responsável por utilizar a ferramenta conhecida como lança térmica, usada para cortar o metal das portas e cofres da transportadora Brinks. A condenação dele, na avaliação da equipe de investigação, reflete sua participação direta nas ações que aterrorizaram a cidade de Confresa há mais de um ano.

Outro membro na ação criminosa foi Isaias Pereira, condenado por roubo qualificado com uso de explosivos, formação de organização criminosa e incêndio. Isaias desempenhou um papel central na tentativa de explodir o cofre da Brinks e foi capturado após uma fuga frustrada durante um bloqueio policial em Tocantins.

Jocivan, conhecido como “Perna”, foi condenado pelo envolvimento direto no apoio logístico ao grupo. Ele forneceu mantimentos e veículos aos criminosos e alugou imóveis utilizados como bases operacionais. Jocivan, Petrusilandio e Félix foram identificados na primeira fase da Operação Pentágono, da Polícia Civil de Mato Grosso.

Investigação

As investigações da GCCO, em parceria com a Delegacia Regional de Vila Rica, desmantelaram a organização criminosa no episódio conhecido como “domínio de cidades” ocorrido na cidade do nordeste mato-grossense.

O ataque, executado de forma violenta e organizada, teve como alvo a transportadora de valores, onde o grupo criminoso utilizou explosivos de alto poder destrutivo e fuzis de grosso calibre.

Era um domingo, 9 de abril de 2023, quando 20 criminosos fortemente armados sitiaram Confresa, cidade a 1.050 quilômetros de Cuiabá, em uma ação coordenada. Parte do grupo invadiu o quartel da Polícia Militar, rendeu policiais e incendiou o prédio público, enquanto outras frentes da quadrilha destruíram veículos e prédios públicos, criando um clima de terror entre a população local.

O principal alvo da ação era a transportadora de valores Brinks. Utilizando explosivos de alta potência, o grupo criminoso tentou arrombar o cofre, mas não teve êxito e foi forçado a fugir, abandonando os veículos e parte do material utilizado na ação.

Operação Pentágono

A operação da GCCO, deflagrada em outubro de 2023, cumpriu 35 mandados de busca e apreensão em seis estados contra membros do grupo criminoso. Como resultado das buscas foram apreendidos um fuzil, 360 munições de calibres variados, eletrônicos e veículos utilizados pela quadrilha. O prejuízo estimado para a organização criminosa foi de R$ 3,4 milhões, um golpe considerável contra a estrutura financeira da facção.

A operação também resultou na prisão de membros que forneceram apoio logístico e financeiro para os criminosos que invadiram Confresa. A desarticulação da rede de apoio foi essencial para o desmantelamento completo da organização, que operava com grande sofisticação logística.

Desmantelamento da quadrilha

Logo após o ataque, a GCCO e a Delegacia Regional de Vila Rica iniciaram uma investigação e foi possível mapear todos os integrantes da organização criminosa. As investigações se concentraram em identificar o núcleo logístico e financeiro do grupo, cruzando dados obtidos nos levantamentos e evidências em campo.

O trabalho resultou na captura de membros-chave da facção, desarticulando parte da organização que orquestrou o ataque, como Paulo Sérgio da Silva, um dos executores diretos do crime e que usou a lança térmica para cortar o metal das portas e cofres da transportadora.

Outro membro identificado foi Isaias Pereira, que também desempenhou um papel central na tentativa de explodir o cofre da Brinks e foi capturado após tentar fugir no Tocantins.

No Pará, a Polícia Civil de Mato Grosso identificou que Jocivan, o “Perna”, forneceu mantimentos e veículos aos criminosos e alugou imóveis utilizados como bases operacionais.

O trabalho de investigação qualificada da  Polícia Civil foi imprescindível para coletar provas suficientes da participação de Isaías e Paulo na ação criminosa, capaz de subsidiar o Ministério Público e garantir a condenação de ambos por penas altíssimas, proporcionais à gravidade do fato praticado.

Dezoito integrantes do bando criminoso que participaram do assalto morreram nos dias subsequentes ao crime, durante a operação de buscas realizada na região do município de Pium, no estado de Tocantins.

Outros foram presos pela Polícia Civil no Pará e Tocantins, durante a primeira fase de investigação. Naquela oportunidade, as equipes da GCCO e da Regional de Confresa chegaram à identificação das residências, na cidade paraense de Redenção, que serviram de apoio ao grupo.

Impacto das condenações

As condenações, com base nas investigações da Polícia Civil, trouxeram uma resposta contra o crime organizado. “As severas penas impostas aos criminosos envolvidos demonstram que a violência e o terror promovidos por facções como a que opera a partir de São Paulo, não ficarão impunes”, ressalta a equipe de investigação.

Além de proteger a sociedade de novos ataques, as ações da Polícia Civil de Mato Grosso, reafirmam a capacidade das forças de segurança em desmantelar redes criminosas altamente perigosas.

Por Assessoria | Polícia Civil-MT.

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