Ainda sob os efeitos da pandemia de Covid-19, tanto na saúde quanto no abastecimento de mercadorias, cidades do país enfrentam falta de medicamentos.
O remédio é um dos mais utilizados na rede de saúde, indicado para o tratamento de dor e febre.
O problema foi comunicado ao Ministério da Saúde há mais de um mês e o conselho ainda aguarda uma resposta. A CNN também procurou a pasta, mas não obteve retorno até o momento.
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Já a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que representa as grandes redes, diz não registrar o problema.
Pessoas ouvidas pela CNN no Rio de Janeiro relataram que tiveram problemas para adquirir, em farmácias, alguns antibióticos, como o Clavulin infantil e o Novamox.
O Clavulin é usado principalmente para o tratamento de infecções bacterianas nas vias respiratórias superiores, como ouvido, nariz e garganta (em especial sinusite, otite média e amigdalite) e infecções como bronquite crônica e broncopneumonia.
O Novamox também é ministrado para combater infecções bacterianas.
Enquanto o problema segue, os médicos tentam encontrar outros itens que substituam a função.
“A indústria dá sinais que isso vai se normalizar em um, dois meses, mas é um problema muito sério para a população em geral. Além da inflação, com os medicamentos mais caros, ainda existe a falta”, colocou.
Vale lembrar que os produtos farmacêuticos subiram 6,13% no mês de abril, segundo dados do IBGE.
No caso da dipirona, fontes ouvidas pela CNN apontam que há uma dificuldade para compra.
A principal empresa farmacêutica que produz o remédio, responsável por quase 60% da produção da dipirona hoje no Brasil, anunciou uma pausa nas operações por questões de mercado e parou de distribuir o remédio para as redes pública e privada.
A Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) aponta que o Brasil ainda sente os efeitos da pandemia na logística.
O presidente da entidade, Norberto Prestes, destaca que o lockdown na China voltou a gerar instabilidade. “A logística está bem complicada na China para trazer qualquer insumo em geral ou medicamento”, apontou.
Em São Paulo, desde o mês passado, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios, representante da rede privada, relata a falta de medicamentos, especialmente de dipirona, ocitocina, neostigmina, aminoglicosídeos e imunoglobulina.
“O problema de abastecimento tem múltiplas causas, sendo a principal o conflito Rússia X Ucrânia, que dificultou as importações e causou aumento dos preços dos insumos. Soma-se ainda a dificuldade de liberação dos produtos nos portos e aeroportos devido a movimentos grevistas”, disse o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp.
A CNN também procurou o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O órgão confirmou que o abastecimento de alguns itens está irregular e verificou a necessidade de cuidados em torno da questão. Segundo o Conass, o Ministério da Saúde sinalizou que já está tomando providências internas para sanar os problemas.
A CNN também procurou o governo federal sobre a falta de remédios, mas não teve retorno.
Por CNN.