quarta-feira, 23 julho, 2025
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EDITORIAL – Brasil: O país do QUICO

Quem assistiu ao seriado Chaves quando criança lembra bem do Quico.
Quando ele se deparava com alguém que falava algo que julgava irritante ou inconveniente, logo soltava um de seus maiores bordões na série:
“Cale-se, cale-se, cale-se, você me deixa louco!”

Quico também tinha outra atitude muito marcante:
Quando as coisas não saíam como ele queria, quando levava um beliscão por ter aprontado ou, ainda, quando apenas revidavam algum ataque seu, ele logo corria e chamava sua mãe.
A mãe, Dona Florinda, então punia quase sempre apenas o Seu Madruga com um bom golpe — independentemente de ele ter culpa ou não e, às vezes, sem nem entender o porquê.

O seriado Chaves é — e sempre foi — um reflexo da nossa sociedade. Estereotipado para ser cômico, sim, mas ainda assim um reflexo. Principalmente se olharmos para a atual sociedade brasileira.

Seu Madruga, por exemplo, além de ser castigado com ou sem culpa, é o reflexo puro do cidadão comum.
Na série, podia até ter fama de não trabalhar e de ser um “nó-cego”, mas, se você parar bem para pensar, ele é o personagem que mais acumulou profissões. Levava uma vida difícil e, ainda assim, possuía um bom coração e sempre nos ensinava algo que valia a pena aprender.
Toda a Vila do Chaves gira em torno dele. Nos episódios em que ele não aparecia, o seriado ficava sem enredo, fraco.
Igual à nossa sociedade: o cidadão comum — a maior parte da população — é a base de todas as histórias.

Já o Quico… bom, desse há em menor número. Ainda assim, há vários “Quicos” na nossa sociedade — principalmente em altos cargos de poder no país, hoje.
O Quico é um ser infantil, mimado, que quer que quem o contrarie fique calado.
O Quico sempre chama sua mãe quando se sente ameaçado — e os dois, juntos, revelam o que realmente pensam do Seu Madruga enquanto o castigam: “Gentalha!”

Já a Dona Florinda, no contexto da atual sociedade brasileira e também dessa metáfora, é o reflexo de uma só pessoa — e todo mundo sabe quem é.
Aquela a quem todos os “Quicos” recorrem.
Mas que não dá pra nominar aqui, pois, como já dizia o tesouro:
“Cale-se, cale-se, cale-se!”

OPioneiro.

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