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Calor esgotou estoques de ar-condicionado e preço do produto dispara

A desaceleração das atividades industriais tem afetado a produção de bens de consumo em todo mundo por conta da covid-19. Em Mato Grosso, com as sucessivas ondas de calor, que potencializaram o período da seca, tem sido registrado um aumento na busca por equipamentos de refrigeração. Neste cenário, lojistas têm encontrado dificuldade para manter estoques de aparelhos de ar-condicionado e falam em aumento no preço dos produtos.

Os clientes, por sua vez, citam a indispensabilidade dos artigos de refrigeração, sobretudo em Mato Grosso – que apresentou calor com risco de morte, como apontam dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) -, mas, paralelamente, veem parte da renda comprometida com a alta dos preços.

 

O site Gazeta Digital entrou em contato com três representantes de gigantes do varejo que atuam em Cuiabá, que detalharam como o mercado tem se comportado neste momento de pandemia e alta das temperaturas. As tônicas apresentadas pelos representantes em relação ao atual momento do setor foram: demanda acima da média; dificuldade em manter estoques e reajuste de preços.

Luciano Martins Barbosa, gerente de varejo da loja Gazin, conta que a empresa se preparou para melhor atender aos clientes neste período reforçando os estoques. Contudo, a procura por determinados itens foi tão acentuada que a preparação não comportou a demanda, como foi o caso dos aparelhos de ar-condicionado.

Após passar parte da semana sem sequer um único ar-condicionado em estoque, a loja será reabastecida neste fim de semana. Além do produto, umidificadores e climatizadores também tiveram alta nas vendas.

Questionado sobre o aumento dos preços, o gerente conta que não foi o calor que provocou a elevação no valor. Segundo Luciano Martins, a alta não diz respeito ao setor de refrigeração em específico e, sim, ao de produtos importados ou que contenham peças de fora do país.

‘Foi porque tem componentes importados, muito não são fabricados no Brasil e depende da China e com a pandemia houve uma diminuição na fabricação e aí houve realmente um reajuste de preço não só do ar-condicionado, mas da geladeira, de televisores e muito mais. Não é uma prática que se adote, porque se você compra mais caro você vende mais caro, se não a empresa não sobrevive’, explica o gerente.

Nas lojas Dona do Lar, que ainda tem estoque dos produtos, foi registrado um aumento de até 30% no setor de refrigeração neste ano quando comparado ao mesmo período de 2019, afirmou o representante Thiago Brito.

À reportagem, ele disse que a loja reforçou o estoque e ampliou as estratégias de facilitação na venda dos produtos, sobretudo por meio de parcelamentos. ‘Nossa empresa adotou o parcelamento em até 10x sem juros nos cartões de crédito, facilitamos o crediário em até 24x com ou sem entrada com taxas especiais. Além disso, contamos com uma linha de crédito exclusivo para pessoas negativadas, sem consulta ao SPC e Serasa’, afirmou.

Na mesma toada, o gerente Werder dos Santos, das lojas Martinello, acrescentou que, além dos climatizadores, a busca por piscinas também aumentou o período. Hoje, para ele, a principal dificuldade do mercado é lidar com a falta dos produtos e, para além disso, com a escassez das matérias-primas para fabricação de novos itens – uma vez que esse tipo de bem é produzido em indústrias de base que também desaceleraram por conta da pandemia.

‘Aí está o problema. Por conta da pandemia, as indústrias não conseguiram fabricar os produtos em grande quantidade e isso acarretou em falta de produtos. Tem produtos que não temos mais para atender nossos clientes’, contou.

Do outro lado do balcão, mesmo diante da necessidade de adquirir os produtos de refrigeração, parte dos clientes ainda se veem distantes em capacidade financeira de arcar com os novos valores do mercado. A jovem Ulinzi Zahara, tem adiado há algumas semanas a aquisição de um novo ventilador por conta da relação custo benefício dos produtos.

Vivendo em uma casa com seis pessoas, ela conta que a demanda por um novo aparelho é indispensável para a família. Ao comparar os preços, a jovem aponta que um ventilador de mesa hoje está saindo pelo valor que o mesmo produto do tipo turbo era comercializado meses atrás.

‘Eu procurei mais online. Pessoalmente, eu fui em quatro lojas. Mas online eu olhei em vários sites, no mínimo dez. O problema é que no meu bairro eu não encontro ventiladores. Os ventiladores que têm são de mesa por um preço que antes era o turbo, o potente de chão. Então, não está compensando comprar, mas mesmo assim a gente vai ter que comprar porque não estamos suportando esse calor’, conta a jovem.

Por Gazeta Digital.

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