Um submarino destruído já é uma tragédia. Mas imagine então um submarino que foi destruído por conta de um cocô? Foi isso que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 14 de abril de 1945, no 9º dia de sua primeira missão, um submarino alemão atravessava a costa da Escócia. Tratava-se de um U-1206, um submarino bastante moderno, capaz de se mover sem ser detectado e de derrubar navios vinte vezes maiores que ele.
Só que algo aconteceu no meio da viagem: seu capitão estava apertado e resolveu ir ao banheiro. Até aí tudo bem, pois o submarino trazia o que havia de mais moderno em sistema sanitário para navios na época. Todos os resíduos da tripulação eram lançados diretamente no mar, ao invés de serem armazenados no navio. Havia, portanto, uma economia de espaço e de peso.
Por isso, o capitão, que se chamava Karl-Adolf Schlitt, se direcionou a um dos banheiros do submarino quando a natureza o chamou. Mas havia um detalhe: depois de fazer a “obra”, ele viu que não sabia acionar o mecanismo da descarga, que era realmente muito complexo. Ele havia faltado ao treinamento que ensinava como fazer isso.
Uma sequência de erros
Schlitt então resolveu que precisava de ajuda. Ele encontrou em seguida um engenheiro – agora havia dois homens tentando desvendar os caminhos para o funcionamento da descarga da privada no submarino.
No entanto, a ajuda saiu pela culatra: o engenheiro conseguiu acionar a válvula errada. Por consequência, o banheiro começou a se encher de água do mar e fezes. A cena, como se pode imaginar, não devia ser nada cheirosa.
Os submarinos são equipamentos realmente complicados e, por ficarem embaixo da água, é certo que a população terá que conviver por meses com cheiro de suor, fumaça de diesel e outros odores pouco agradáveis. Mas o problema real ia muito além do olfato.
O desastre
O que aconteceu é que toda aquela água de privada passou a escoar para a parte de baixo do submarino, onde ficavam armazenadas as baterias.
Água sobre eletricidade causa o fenômeno da eletrólise, e água se decompõe em hidrogênio e oxigênio. No entanto, começou a liberar também gás cloro, que é uma arma química potente e que foi muito usada durante a Primeira Guerra Mundial. Dizem que Hitler não quis usar cloro pois o considerava uma arma cruel demais.
Ou seja, o submarino foi se enchendo de gás tóxico, e o capitão Schlitt não teve outra alternativa além de ordenar uma subida à superfície de emergência.
E já que desgraça pouca é bobagem, assim que o U-1206 submergiu, ele foi visto por uma grande quantidade de aviões que circulavam e começaram a atacá-lo. O capitão Schlitt conseguiu escapar, mas 50 homens de sua tropa foram feitos prisioneiros de guerra. Outros 10 escaparam, mas acabaram detidos, e quatro morreram.
A história do U-1206 ficou então para sempre conhecida pela desgraça vergonhosa causada pelas fezes de seu capitão. Schlitt viveu até 90 anos e morreu em 2009, mas sempre negou que fosse seu cocô que teria causado tamanho desastre.
Fonte: MegaCurioso.