Foi em 16 de junho de 1963, partido do Cosmódromo de Baikonur, no sul do Cazaquistão, território da então União Soviética, a bordo da nave Vostok 6, que a cosmonauta soviética Valentina Tereshkova se tornou a primeira mulher a viajar para o espaço, orbitando a Terra por 48 vezes, ficando 2 dias 22 horas e 50 minutos fora do planeta.
Desde o início da Corrida Espacial, que promoveu eventos inéditos como o de Tereshkova, apenas 566 humanos viajaram para o espaço, dos quais 11,5% deles eram mulheres, segundo dados da NASA em uma matéria da BBC.
Após o voo da Vostok 6 com a soviética, levou 19 anos até que outra pudesse deixar a Terra novamente. Por muito tempo, nos Estados Unidos, as mulheres foram excluídas sob a desculpa de que astronautas precisavam ser pilotos de testes militares, sendo que se tratava de uma época em que as mulheres não eram associadas à inteligência científica e tecnológica.
Um problema persistente
Já no século XXI, as mulheres ainda enfrentam barreiras na jornada de conseguirem alcançar participação igualitária no espaço, principalmente com questões técnicas consideradas inadmissíveis para a atual tecnologia, como encontrar trajes espaciais suficiente de tamanho médio, como aconteceu em março de 2019 com as astronautas Christina Koch e Jessica Meir.
Para o administrador da NASA, Ken Boersox, o corpo do homem sempre será o ideal para a missão de ser um astronauta, culpando a estatura média feminina, alegando que elas são “incapazes de alcançar as coisas com tanta facilidade quanto os homens”.
“Será que os corpos das mulheres que são um problema, ou o mundo espacial construído para homens e por homens?”, observou a professora associada em Arqueologia e Estudos Espaciais da Universidade Flinders, Alice Gorman, em um artigo do The Conversation.
Reflexo disso é que existem bem menos pesquisas e estudos sobre os corpos das mulheres do que dos homens. Ainda que digam o contrário, Gorman ressalta que na microgravidade as mulheres são escolhas ideais, porque a força física e a altura não são vantagens nesse cenário. Além disso, as mulheres consomem menos comida e oxigênio, preservando o peso melhor com dietas restritivas, gerando menos resíduos.
Fonte: MegaCurioso