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FUTILIDADE DO DIA – Huei Tzompantli, a torre Asteca feita de crânios humanos

Em 2015, arqueólogos encontraram uma torre de crânios humanos enterrada sob um prédio na Cidade do México. Ela era a comprovação dos contos acerca da torre de crânios que deixava em choque os conquistadores espanhóis e que foram transmitidos de geração em geração.

A descoberta, feita pela equipe do Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah), trata-se dos resquícios de parte do templo Huei Tzompantli, da antiga cidade de Tenochtitlán, onde hoje é a Cidade do México. Erguida durante o império asteca, a torre de crânios humanos data do século XV.

Torre de crânios foi descoberta em 2015, mas a fachada e o lado leste em 2020

Foto: Reprodução

Em agosto de 2015, a estrutura foi localizada em trabalhos arqueológicos na região que, atualmente, compreende o centro da capital mexicana. Em março de 2020, a face leste da torre e, em dezembro do mesmo ano, a fachada. No intervalo entre a 1ª e a 2ª descobertas, foram identificados 603 crânios humanos, sendo 484, em 2015, e 119, em 2020.

Construída entre os séculos XV e XVI, o templo Tzompantli é um dos achados arqueológicos mais surpreendentes dos últimos anos na história mexicana. Ela era uma torre circular com 4,7 metros de diâmetro, composta de crânios humanos, a maioria de homens, mas também foram identificados ossos femininos e de pelo menos três crianças. Dispostos em forma circular, esses crânios estão unidos por pedra e terra, mas ainda é possível distinguir detalhes em alguns deles.

Até essa data, os pesquisadores mexicanos já escavaram 3,5 metros de profundidade, conseguindo revelar e identificar 3 etapas da construção. Parte dos crânios da torre foram destruídos, e seus fragmentos espalhados pelo sítio arqueológico. De acordo com a equipe do Inah, essas evidências demonstram que a maior parte do Huei Tzompantli foi destruído quando soldados espanhóis e aliados indígenas tomaram Tenochtitlán.

Huei Tzompantli amedrontou os conquistadores espanhóis

A torre de crânios corresponde aos relatos feitos por conquistadores espanhóis, entre eles Hernán Cortés e Bernardo Díaz del Castillo. Os especialistas são categóricos em afirmar que Huei Tzompantli, construção anexa ao Templo Mayor, era “uma declaração de poder e princípios bélicos”.

Os arqueólogos acreditam que alguns dos crânios presentes na estrutura eram de guerreiros inimigos, colocados como advertência aos adversários. Isso, no entanto, não impediu que, sob comando de Hernán Cortés, os espanhóis capturassem a cidade em 1521.

Um edifício de vida

Ainda que possa chamar a atenção, os especialistas do governo mexicano apontam que Tzompantli era “um edifício de vida mais do que de morte”. Na Mesoamérica, região do continente americano que compreende o sul do México e os territórios da Guatemala, El Salvador e Belize, além de porções da Nicarágua, Honduras e Costa Rica, o sacrifício de seres humanos era considerado uma forma de manter vivos os deuses e dar prosseguimento à existência do Universo.

Foram observadas modificações cefálicas tabulares eretas e oblíquas nos crânios da fachada. São indícios de que a construção dessa torre, com a inclusão da ossada, era parte de suas práticas culturais e identitárias. Como afirmou Lorena Vásquez Vallín, uma das pesquisadoras, cada crânio pertencente à estrutura e “forma um elemento arquitetônico que faz parte do edifício e de seu discurso simbólico”.

Fonte: MegaCurioso.

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