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FUTILIDADE DO DIA – Viktor Frankl, a história do pai da logoterapia

Viktor Frankl nasceu em 26 de março de 1905, em uma família austríaca judia. Filho de funcionários públicos, e com duas irmãs mais velhas, a família tinha uma vida confortável.  Até que veio a Primeira Guerra Mundial e, como muitas outras famílias judias, a de Frankl também mergulhou na pobreza, dependendo inclusive de esmolas para sobreviver.

Mesmo com o sufoco da Primeira Guerra Mundial,  ele se mostrava interessado em filosofia e psicologia durante o ensino médio, e chegou a dar uma palestra chamada “Sobre o sentido da vida”. Até mesmo chegou a trocar correspondências com Sigmund Freud, para fazer o seu trabalho de conclusão de curso (o trabalho intitulado Sobre a Psicologia do Pensamento Filosófico, escrito em 1923).

Com o passar dos anos, Frankl concluiu seus estudos e entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Viena, começando a estudar casos de depressão e suicídio. Aos 19 anos, publicou o seu primeiro artigo científico na revista International Journal of Individual Psychology.

Enquanto fazia a faculdade, Viktor Frankl desenvolvia projetos paralelos, como alas de prevenção ao suicídio para jovens estudantes. Suas ideias em relação à vida e aos valores humanos, é o que o impulsiona a fazer ligações entre a filosofia e a psicologia. E em 1926, ele fala pela primeira vez, em um congresso, sobre a logoterapia, a terapia focada em buscar o sentido da vida.

Em meados dos anos 1930, quando Viktor tinha apenas vinte e cinco anos de idade, já começava a ser notado pela comunidade acadêmica e médica como um homem à frente de sua época. Viktor começou a atender em seu próprio consultório de neurologia e psiquiatria 8 anos depois, e era reconhecido como um profissional que criou uma nova forma de tratamento terapêutico, baseado em preencher o vazio existencial com um sentido e já se relacionava com a enfermeira Tilly Grosser, que trabalhava no hospital onde o médico atendia.

Porém, durante a anexação político-militar da Áustria, em março de 1938, as tropas nazistas ameaçavam a vida de Frankl e sua família com a piora crescente do antissemitismo, o que acabou levando Frankl e a sua família para o campo de concentração Theresienstadt, em 1942.

Com um olhar observador, Viktor Frankl reparou no campo de concentração que aqueles que tinham um propósito maior para sobreviver aguentavam condições adversas por mais tempo. Ele próprio tentou se motivar desenvolvendo um manuscrito de um livro que começou a escrever antes de ir para o campo.

Em 1945 acaba a Segunda Guerra e Viktor e libertado. Ele sobreviveu a três anos de trabalho forçado e condições miseráveis e ainda assim conseguiu roubar alguns papéis e escrever as ideias principais de sua obra-prima, escrita em nove dias e lançada já em 1946, mas infelizmente, havia perdido toda sua família.

Os anos seguintes foram de total recuperação: Frankl casou-se novamente, teve uma filha, conseguiu o seu título de doutor em filosofia, tornou-se professor da Universidade de Viena, fundador e presidente da Sociedade Austríaca de Medicina Psicoterapêutica. Recebeu também mais de 25 títulos honorários por suas ideias e trajetória e escreveu diversos livros e faleceu em Viena no dia 2 de setembro de 1997 aos 92 anos, sendo vítima de um colapso cardíaco..

A logoterapia tornou-se um método de tratamento estudado e respeito pela comunidade científica e acadêmica e, sendo considerada a terceira escola da terapia vienense, depois de Sigmund Freud e Alfred Adler.

Por fim, uma frase de Viktor Frankl que resume sua linha de pensamento:

Nós podemos descobrir o significado da vida de três diferentes maneiras: fazendo alguma coisa, experimentando um valor ou o amor, e sofrendo.

 

 

Por Maria Eduarda Alves do O Pioneiro

Fonte: EBiografia, Fala Universidade, Livro: Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração

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