Mato Grosso deve colher cerca de 49,6 milhões de toneladas (t) de soja nesta safra, o ciclo 2024/25.
A estimativa é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Se a projeção de aumento de oferta em mais de 27% se confirmar, esse será o maior volume da história, consolidando o Estado como o maior produtor do grão e um dos maiores do mundo.

A produtividade – também inédita – é a maior aliada da atual temporada.
O recorde deriva de uma expedição, realizada entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, do Projeto Imea em Campo, realizado em parceria com a Aprosoja e o Iagro, percorreu os principais municípios produtores de soja de Mato Grosso.
A durou 57 dias, com as equipes de campo percorrendo mais de 31 mil quilômetros dentro do estado e abrangendo 88 municípios, que, juntos, somam uma área de soja de 11 milhões de hectares.
Com base nos dados obtidos no projeto e no levantamento realizado junto aos agentes de mercado em fevereiro, o Imea revisou a projeção de safra de soja.
No que se refere à área, a estimativa foi mantida em relação ao relatório anterior permanecendo em 12,66 milhões de hectares, o que representa um aumento de 1,47% em relação à safra 2023/24.
Já a produtividade média apresentou alta de 5,22% em relação à projeção anterior e de 25,22% em comparação com a safra passada, alcançando 65,31 sc/ha — um recorde no indicador.
Com a manutenção da área cultivada e o aumento da produtividade, espera-se uma safra recorde em 2024/25, totalizando 49,62 milhões de toneladas, com crescimento de 5,22% em relação à estimativa de fevereiro e de 27,05% frente à safra 2023/24.
“Esse desempenho reflete as condições climáticas favoráveis. Apesar do atraso das precipitações no início da semeadura e do prolongamento do ciclo da cultura, os volumes de chuva se normalizaram ao longo do desenvolvimento das lavouras, favorecendo o potencial produtivo na maior parte das regiões do estado”, explicam os analistas.
Mesmo com projeções inéditas, o Imea destaca que em algumas localidades, as avaliações do Imea em Campo apontaram que áreas de plantio precoce foram impactadas pelos elevados volumes de chuva, resultando em um aumento na incidência de grãos avariados.
O projeto realizou 802 avaliações, incluindo análises agronômicas, avaliações qualitativas sobre a sanidade das lavouras e coletas de amostras para avaliação do peso dos grãos.
DEMANDA – Com o aumento da projeção de produção de soja, a oferta em Mato Grosso para a safra 2024/25 foi estimada em 49,72 milhões de toneladas, aumento de 5,21% em relação à estimativa anterior e de 24,45% em comparação com a safra passada.
Quanto à demanda, a previsão ficou em 48,71 milhões de toneladas, alta de 4,63% em relação ao relatório anterior e de 22,23% frente à safra 2023/24.
No que diz respeito às exportações, apesar do início tímido dos embarques devido ao atraso na colheita da soja, a expectativa é de que 30,88 milhões de toneladas sejam exportadas na temporada, aumento de 4,56% em relação ao relatório de fevereiro e de 24,87% na comparação com a safra anterior.
Para o consumo de soja dentro de Mato Grosso, “mesmo com a incerteza sobre o aumento da mistura de biodiesel no diesel este ano, a maior capacidade da indústria, aliada à ampla oferta de soja na temporada, tende a manter o setor aquecido.
Assim, a projeção de consumo ficou em 12,85 milhões de toneladas, crescimento de 0,63% em relação à estimativa anterior e de 1,34% frente à safra passada”, explicam os analistas.
Quanto ao consumo interestadual, a estimativa é de 4,98 milhões de toneladas, alta de 17,18% no comparativo mensal, impulsionado pela menor produção nos estados do Sul do Brasil.
A projeção dos estoques finais apontou incremento de 43,21% em relação ao mês anterior, totalizando 1,01 milhão de toneladas.
Por DiariodeCuiabá.