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Canarana realiza atividades com estudantes da rede municipal sobre empreendedorismo na pandemia

O mundo precisou se adaptar às novas realidades impostas pela pandemia da covid-19. Aulas online ou acompanhamento remoto das atividades educacionais foram alternativas para não interromper o processo de ensino-aprendizagem. As mudanças encaradas por estudantes de diversos níveis exigiram a ampliação da capacidade criativa para lidar com o momento adverso. O município de Canarana, a 838 km de Cuiabá, possui experiências positivas na manutenção das atividades e dos conteúdos de educação empreendedora aplicados junto aos alunos do ensino fundamental da rede pública do município.empreendedorismo na pandemia

Exemplo disso é que mesmo em situação de isolamento social, durante a pandemia, nove escolas municipais mantiveram os trabalhos do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae/MT), de forma bastante proativa. Ajustes como videoaulas gravadas pelos professores e encaminhadas aos grupos de WhatsApp de cada turma e a prática de tarefas a distância são algumas das ações realizadas.

Segundo a assessora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Canarana, Elaine Noeli Elsenbath, as escolas buscaram manter suas atividades de forma remota, por meio de grupos de WhatsApp, Instagram, Facebook e outras tecnologias acessíveis.

 

“Esse é o terceiro ano que trabalhamos com o JEPP e devido a pandemia tivemos que mudar nosso planejamento. Inicialmente ficamos um tempo sem atividades e depois começamos a trabalhar de forma remota. Enviamos para cada aluno um livro impresso sobre o programa e os professores elaboraram uma sequência de atividade remotas para serem impressas e enviadas semanalmente aos alunos. Além dos vídeos pelas mídias sociais e Whatsapp. Cada escola com sua estratégia”.

A intenção foi proporcionar aos alunos e seus familiares a vivência de experiências colaborativas de aprendizagem por meio da educação empreendedora, incentivando-os com novas aprendizagens, apresentando novos conhecimentos e aprimorando comportamentos empreendedores como: comprometimento, busca de informações e rede de contatos, independência e autoconfiança, entre outros. 

“Ao final do projeto o normal seria a realização da Feira do Empreendedorismo onde as crianças com o auxílio da família e dos professores, colocam em prática o que aprenderam. Porém com a pandemia foi necessário se reinventar e realizar as ações em casa. E cada escola escolheu a melhor forma para conseguir fazer isso. Mesmo com os desafios de trabalhar remotamente observamos o empenho de todos”, conta.

Aplicação prática

Segundo a diretora da escola Emeb Nova Era, Marinalda Ferreira Costa, foi proporcionado aos estudantes e seus familiares a vivência de experiências colaborativas de aprendizagem por meio da educação empreendedora, incentivando-os com novas aprendizagens, apresentando novos conhecimentos e aprimorando comportamentos empreendedores.

“Exemplo disso, são os alunos do segundo ano, que escolheram trabalhar com temperos naturais. As professoras enviaram algumas sementes como coentro, alho com broto e cebolinha e sugeriram plantar com a ajuda da família, voltado para o consumo próprio. Já o quinto ano com a colaboração dos pais, fizeram comidas e simularam a venda para familiares ou conseguiram realmente vender nos arredores. Os alunos também fizeram vídeos sobre os produtos que estavam ofertando, alguns ainda deram dicas de receitas. E apesar dos desafios desenvolver e realizar este trabalho de forma remota só foi possível devido o empenho e o envolvimento das famílias na execução das atividades propostas”, destaca.

A escola rural Emeb Coronel Vanick, também teve sucesso com as ações do JEPP. A diretora, Joelma Furlan Trodo, conta que devido à distância, o WhatsApp e as mídias sociais foram grandes aliados.

“Os alunos do terceiro ano escolheram como parte final do JEPP confeccionar brinquedos ecológicos, então a professora pesquisou sobre o assunto, preparou vídeoaulas que foram enviadas aos pais para que eles pudessem, com materiais que possuíam em casa desenvolver os brinquedos. Outro exemplo é dos alunos do sexto ao nono ano, as professoras realizaram uma pesquisa pela internet sobre o lixo produzido em casa e decidiram na temática: combate à dengue. Como eles ainda não finalizaram, será realizado um ‘Dia D’ e todos os alunos irão limpar o quintal de sua casa, voltado para prevenção”, ressalta.

Segundo a gestora estadual do Programa Empreendedor do Futuro do Sebrae em Mato Grosso, Kristianny Arruda, com o auxílio do Sebrae as escolas conseguiram articular o conteúdo de Educação Empreendedora com processos de desenvolvimento de competências que podem ser realizados em casa no dia a dia.

“Mostramos que envolvendo as famílias, as atividades do programa poderiam ocorrer com adaptações é claro. Mas apesar das dificuldades é muito gratificante saber que esse conteúdo, ajudou essas crianças a soltar energia, inclusive proporcionando uma aproximação e participação junto com seus pais. Há relatos ainda de que as atividades do JEPP uniram mais pais e filhos”, relata.

A gestora lembra ainda que, para as escolas que estão tendo algum tipo de dificuldades, o Sebrae/MT se coloca à disposição para auxiliá-las em relação a aplicação remota do JEEP e outros produtos da educação empreendedora.

Por Senar MT.

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