A vidraria francesa Duralex, famosa por produzir diversos tipos de louça vendidos no Brasil e no mundo há 75 anos, entrou com pedido de administração judicial, processo similar ao de falência, no Tribunal Comercial de Orleães, na França, nessa quinta-feira (24). A informação foi confirmada pela administração da empresa ao jornal francês “Le Monde”.
A Duralex, que tem sede no país, sofre com baixo fluxo de caixa desde que precisou reduzir a produção industrial em 2017, quando houve a substituição de um alto-forno. A situação causou diversos problemas na linha de manufatura e na gestão da companhia.
Conforme publicou o jornal, a crise causada pela pandemia do coronavírus também influenciou na decisão. “Perdemos cerca de 60% do nosso faturamento com a cessação das exportações, que representam 80% do nosso negócio”, afirmou o CEO Antoine Ioannidès.
“As dívidas da empresa no dia da abertura do processo estão congeladas. (…) Após o inventário de todos os recebíveis pelos representantes legais, a empresa poderá propor um plano de recuperação”, informou a administração em carta aos funcionários, obtida pelo “Le Monde”. São 248 pessoas trabalhando na empresa que, de acordo com o documento, ainda serão pagas. “Com a ajuda (…) do Tribunal de Comércio de Orléans, continuaremos as negociações com os diversos compradores”, espera o presidente da Duralex.
Brasil
No Brasil, a marca Duralex pertence à Nadir Figueiredo desde 2011, quando a fabricante brasileira comprou a Santa Marina e incorporou, além da própria Duralex, a Marinex. Em 2019, a Nadir foi comprada por uma gestora de fundos americana, a HIG Capital.
A recuperação judicial da fábrica francesa não terá efeitos no Brasil, informou à Folha de S.Paulo a Nadir Figueiredo. “A marca Duralex na América do Sul pertence à Nadir Figueiredo, empresa brasileira consolidada há mais de 108 anos no mercado”, disse, em nota. “Os produtos da marca Duralex como os pratos, xícaras e a linda linha de mesa Duralex Opaline continuarão trazendo beleza à mesa dos consumidores.”
Por O Tempo.