Um laudo pericial recente trouxe novas revelações sobre uma disputa judicial envolvendo terras em Água Boa (MT). A análise técnica apontou inconsistências nos documentos apresentados pela empresa NDL Recuperação de Crédito e Securitização EIRELI em uma ação de imissão de posse contra o produtor rural Mário Sérgio Ferrari.

Segundo o laudo, os imóveis descritos pela empresa estariam localizados em áreas distintas e distantes da propriedade efetivamente ocupada por Ferrari há quase duas décadas. A conclusão da perícia reforça os argumentos da defesa de que os documentos utilizados pela NDL apresentam falhas graves, incluindo a inserção de elementos geográficos inexistentes nas matrículas originais, como a BR-158 e cursos d’água não compatíveis com os registros reais.

De acordo com o advogado Renato Manhães, que representa Ferrari, a posse sobre o imóvel remonta aos anos 1980, quando familiares do produtor já ocupavam a área. Durante o processo, ele também apontou que algumas das escrituras apresentadas pela empresa, após consulta cartorial, se referem a terrenos urbanos no município de Nova Xavantina (MT), sem qualquer ligação com a área rural em litígio.
O parecer pericial reforça a tese de que a NDL nunca teve domínio sobre a propriedade rural disputada e que a documentação apresentada não comprova vínculo com a terra ocupada por Ferrari. A situação jurídica, segundo a defesa, tem causado sérios prejuízos ao produtor e sua família, que enfrentam dificuldades para obter crédito, vender ou arrendar a área, desde que a disputa teve início em 2019.
Além do processo cível, há também um inquérito criminal relacionado à morte do advogado Cássio Bruno Barroso, sócio da NDL. Embora o advogado Renato Manhães não atue neste caso, ele confirmou que Mário Sérgio Ferrari figura como um dos investigados e está preso preventivamente enquanto responde à acusação.
Justiça.
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