A circulação simultânea dos vírus influenza “A” e do vírus sincicial respiratório (VSR) tem contribuído para o aumento de casos e de mortes em decorrência das síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), nas últimas semanas, em Mato Grosso.
O alerta foi feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), que reforça a importância da vacinação contra a gripe.
O atual cenário, conforme a secretaria, representa um desafio diagnóstico e de manejo clínico das SRAGs, que consistem em um quadro clínico grave caracterizado por febre, tosse e dificuldade respiratória, pode evoluir para insuficiência respiratória e óbito.
Neste ano, já foram registradas 130 mortes por SRAG no Estado. O pico de casos foi registrado há duas semanas, com uma incidência de 6,15 casos por 100 mil habitantes.
Somente em maio, foram 36 óbitos, com predominância do vírus influenza “A”, responsável por 80% dos casos com o agente etiológico foi identificado.
Responsável técnico pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, Menandes Alves de Souza Neto, destacou que o cenário verificado em nível nacional reforça a importância da vigilância para múltiplos vírus respiratórios no território mato-grossense.
“A elevada proporção de influenza “A’ nos óbitos identificados no Estado está alinhada com a tendência observada nacionalmente”, disse. Ainda conforme análise CIEVS-MT, da Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT), o perfil das vítimas mostra que oito em cada dez óbitos registrados em maio foram de idosos com mais de 61 anos.
Já sete tinham de 76 a 80 anos e, outros sete, mais de 80 anos. “Este padrão é consistente com o perfil nacional de maior gravidade e letalidade da influenza ‘A’ em idosos”, informou a Ses-MT.
Chama a atenção fato de que a maioria das vítimas (88%) não estava vacinada contra a influenza, também conhecida como gripe. Após dois meses de início da campanha, em abril passado, a cobertura vacinal do público-alvo prioritário, como crianças, idosos e gestantes, está em 28% em Mato Grosso.
A vacinação também está disponível para os grupos estratégicos, como puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde e pessoas com deficiência permanente. No total, apenas 403.596 doses foram aplicadas.
“A vacina contra a gripe é gratuita e eficaz, especialmente para os grupos de risco, e está disponível nas unidades básicas de saúde (UBSs) para o público prioritário e estratégico desde o início de abril. Então é importante que os idosos procurem o posto de saúde mais próximo o quanto antes”, disse na semana passada, o secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo.
Apesar de já autorizada pelo Ministério da Saúde (MS), a ampliação da aplicação das doses na população geral ainda não ocorre no Estado.
“Neste momento, é imprescindível priorizar a imunização do grupo prioritário, devido à gravidade da doença para este público. Muitas vezes a população não tem a dimensão do quão grave pode ser a doença e negligencia a vacinação”, destacou a superintendente de Vigilância em Saúde da Ses, Alessandra Moraes.
O Cievs recomenda que os municípios intensifiquem a vacinação de forma emergencial, com busca ativa nos territórios, horários estendidos dos postos de saúde, instalação de postos volantes em locais de grande circulação, como terminais, praças e supermercados e, ações extramuros em empresas, escolas e comunidades.
INFOGRIPE – Atualização do boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na última quinta-feira (5), aponta que Mato Grosso e outras 24 unidades da Federação mantêm nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo dos casos de SRAG.
As demais são Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Por DIáriodeCuiabá.
