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CURIOSIDADE DO DIA – Ching Shih: a pirata mais poderosa da história

Durante um período de três anos, o mar do sul da China foi aterrorizado por uma mulher chamada Ching Shih. Ela comandou uma frota de 1.800 navios com aproximadamente 70.000 piratas. Além disso, derrotou forças marítimas de diversos países, comandou o saque em cidades costeiras e pilhou navios mercantes.

As marinhas imperiais chinesas, britânicas e portuguesas não conseguiram derrotá-la e seu domínio só chegou ao fim quando ela mesma decidiu aceitar um perdão oficial. Conheça um pouco mais da história da pirata mais poderosa de todos os tempos.

Confederação Pirata de Zheng Yi

Gravura de 1800 que retrata Ching Shih em batalha. (Fonte: Wikimedia Commons)

Antes de Ching Shih entrar para o mundo da pirataria, ela trabalhou como prostituta em Cantão, até se casar com Zheng Yi em 1801. Ele foi líder de uma grande confederação de piratas, com uma força de 600 navios e cerca de 40.000 homens. Sua equipe era dividida em seis grupos, cada uma liderada por um comandante independente que atuava em uma área.

Sua principal atuação envolvia o ataque a navios mercantes, para saquear cargas que incluíam bens preciosos como ouro, prata, rolos de seda, especiarias, porcelana chinesa, chá e algodão. Ele se manteve como um dos principais piratas chineses até novembro de 1807, quando morreu.

Com sua morte, os outros cinco capitães piratas tiveram que decidir o sucessor e escolheram a viúva de Zheng Yi, Ching Shih. Não se sabe ao certo se a escolha foi unânime, mas Chang Pao, um dos capitães, certamente teve papel fundamental na decisão. Ele era amante de Zheng Yi — relacionamento comum entre piratas chineses —, mas também manteve um relacionamento com Ching Shih, com quem se casou tempos depois.

Ampliando o domínio

Uma fotografia de juncos em Cantão por volta de 1880. (Fonte: Wikimedia Commons)

Nos anos que se seguiram, a frota de Ching Shih cresceu, e durante seu ápice pode ter chegado a 1.800 juncos — um tipo de navio chinês — com frota de cerca de 70.000 piratas. Com tamanho poder, ela podia fazer frente à marinha de diversos impérios. Sua tripulação costumava ser ampliada durante os saques: as pessoas que se recusassem a entrar para a equipe eram decapitadas.

Quando realizava saques em navios mercantes, a tripulação que não oferecesse resistência era poupada, enquanto os que decidissem enfrentá-la eram torturados e mortos. Quando havia pessoas importantes nos navios, elas eram feitas prisioneiras para conseguir uma recompensa pelo resgate.

A rendição

Ching Shih se tornou vítima de seu próprio sucesso. Depois de três anos de saques e vitórias sobre as autoridades chinesas, o exército decidiu ampliar suas forças. Além disso, começou a se tornar cada vez mais difícil manter o controle da confederação de piratas.

O líder de um dos grupos, Kuo P’o-Tai, não gostava dos privilégios de Chang Pao, chegando a recusar ajudar Pao em uma batalha contra uma frota combinada chinesa e portuguesa em Lantao (perto de Hong Kong). Depois disso, sabendo que seria punido pela traição, ele se rendeu às autoridades em janeiro de 1810, ganhando perdão e emprego como caçador de piratas.

Nos meses seguintes, outros piratas começaram a abandonar Ching Shih e em 1810 decidiu encerrar seus dias de crime. No dia 18 de abril, ela partiu junto a sua frota de 260 juncos, com todas as bandeiras hasteadas, para o porto de Cantão, exigindo perdão.

Entre os termos da rendição estavam: os piratas poderiam manter sua pilhagem, mas tiveram que desistir da maioria de seus navios e armas. Chang Pao foi autorizado a manter 20 de seus juncos e feito um mandarim naval. Muitos dos piratas foram recrutados para a Marinha Imperial Chinesa se assim o desejassem. Enquanto isso, Ching Shih mudou-se para Cantão antes de se mudar com Chang Pao para Fukien; eles tiveram um filho juntos. Dentre as diversas representações da sua imagem, uma das mais recentes é a da Madame Ching, em Piratas do Caribe: No Fim do Mundo (2007).

Fonte: MegaCurioso.

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