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História da Rede de Sementes do Xingu

SÃO JOSÉ DO XINGU – Fundada em 2007, ano da primeira entrega de sementes nativas coletadas por povos indígenas e agricultores familiares do nordeste do Mato Grosso, a Rede de Sementes do Xingu é um dos maiores legados da campanha ‘Y Ikatu Xingu (Salve a Água Boa do Xingu, na língua indígena kamayurá), dirigida pelo Instituto Socioambiental (ISA).

A campanha conseguiu algo inédito até então na região: reunir diversas forças para recuperar as matas nativas de nascentes e beiradas de rios na região da bacia do rio Xingu, plantando vegetação nativa de forma econômica e eficiente, com o objetivo de restaurar a qualidade e a disponibilidade de água em toda a região.

Zona reflorestada em Santa Cruz do Xingu, no Mato Grosso, com sementes da Rede de Sementes do Xingu (Foto: Ricardo Abad / ISA)

No ano de seu lançamento, a estrutura da Rede de Sementes do Xingu era formada por cinco grupos de coletores e duas Casas de Sementes. A difusão dessa técnica de plantio eficiente e econômica gerou uma demanda concreta por sementes nativas para restauração. E assim, a Rede surgiu como um sistema de produção comunitária de sementes florestais.

Com a adesão de novos grupos e o crescimento da iniciativa nos primeiros anos, em 2014, a Rede de Sementes do Xingu foi formalizada juridicamente como associação sem fins lucrativos, com objetivo de gerar autonomia nos processos da cadeia de valor da restauração em que a Rede está inserida.

Desde que se tornou uma associação, a Rede pode comercializar sementes, registrar coletores em órgãos oficiais, inscrever-se em projetos de apoio às atividades e efetuar transações financeiras, sem depender de outras organizações.

Hoje, a Rede é formada por mais de 560 coletores, que juntos somam 25 grupos de coleta, espalhados por três Territórios Indígenas, 21 municípios, e 16 assentamentos da agricultura familiar. Dessa força de trabalho, 65% — ou seja, a maioria — é formada por mulheres.

Ao longo dessa história, a Rede de Sementes do Xingu já coletou mais de 220 espécies diferentes de sementes, gerando uma renda de mais de R$ 5,3 milhões, repassada diretamente às comunidades de coletores. Juntos, os grupos da Rede comercializaram mais de 294 toneladas de muvuca, que foram semeadas diretamente no solo, fazendo crescer cerca de 25 milhões de árvores em 7,4 mil hectares de áreas previamente degradadas — áreas que hoje são florestas!

Por Sementes do Xingu.

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