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Outubro Rosa: conheça a história de Ana Margarete

O mês de outubro é o mês de mobilização internacional para o combate ao câncer de mama. O Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima que a cada ano, são diagnosticados no Brasil ao menos 66.280 mil novos casos. Apesar de ser mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. Durante o mês de outubro, o OPioneiro trará um pouco da história de algumas canaranenses que enfrentaram a doença. Conheça agora a segunda história que trazemos, de Ana Margarete Moroni.

Ana Margarete é mãe de três filhos e avó da Alice, tem 50 anos, mora em Canarana/MT desde 2003 e foi diagnosticada em março de 2019. Além disso, exerce uma das profissões mais nobres. Ela é pedagoga na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Progresso e professora de matemática na Escola Estadual Paulo Freire. No início de 2019, Ana Margarete sentia certo desconforto na mama esquerda, que achava estar relacionado aos movimentos repetitivos de escrever na lousa diariamente. Após o desconforto se tornar um pequeno nódulo, Ana procurou ajuda médica, recebendo seu diagnóstico dia 08 de março de 2019 (Dia Internacional da Mulher). 

Encaminhada para Cuiabá/MT, realizou exames complementares que indicaram qual tratamento seguir. Como o tratamento contra o câncer é muito caro, a ajuda de um verdadeiro amigo possibilitou à ela iniciar o tratamento no dia 02 de maio de 2019, com a quimioterapia. A cirurgia ocorreu 5 meses depois de receber seu diagnóstico. Com a retirada dos linfonodos, não houve a necessidade de realizar a mastectomia (retirada da mama) total. Mas isso não acaba por aí, em março e abril de 2020, ela fez radioterapia e continua ingerindo medicamentos (tamoxifeno e herceptin) que funcionam como um bloqueador de hormônios. Como o herceptin é injetável e realizado em 18 sessões, ela segue indo à Cuiabá/MT para fazer uso deste medicamento.

Reação ao diagnóstico

Conforme Ana Margarete, ela buscou se mostrar confiante para que sua família não se preocupasse. “Pedi para que nenhum deles mudassem seus planos devido ao câncer, disse que seria só uma fase e que iria passar”, disse ela. 

Em relação aos desafios, Ana Margarete conta que o maior deles foi a ausência física da família e amigos. Apesar de passar muitos momentos sozinha, observou e percebeu o quanto era amada pela família e pelos colegas de trabalho. Sendo, “que a fé em Deus, o amor da família, o carinho e as orações dos amigos foram primordiais nesse momento”.  Além disso, quem a fez seguir em frente, foi a sua netinha Alice.

Hoje, define seu tempo de tratamento como um tempo de reconhecimento,  amadurecimento, aceitação e renovação. Onde, ficar sem cabelos era só um simples detalhe.

Tratamento

Segundo Ana Margarete, os dias foram muito difíceis. Sua quimioterapia iniciou dia 02 de maio de 2019, sendo concluída em 10 de outubro. Durante a quimioterapia, ela não passava mal, mas sentiu que seus pés e mãos adormeciam e notava algumas dores no corpo. Não sentia fome e o que insistia comer, hoje já não pode nem sentir o cheiro. Para passar o tempo, aprendeu a fazer crochê. 

Em novembro, seguiu para a cirurgia, onde foram retirados os linfonodos. O pós-operatório requer cuidado na movimentação dos braços e antebraço. Assim, impedida de fazer seu crochê, que a acompanhou durante toda a quimioterapia, Ana Margarete passou a assistir filmes e séries na Netflix. Já neste ano de 2020, durante os meses de março e abril, ela fez a radioterapia. Agora, continua o tratamento com hormonioterapia, ingerindo medicamentos que diminuem a quantidade de estrogênio no organismo.

Segundo ela, seu cabelo caiu após três semanas depois que iniciou o tratamento. Inclusive, tentou usar peruca, mas parecia que isso fazia com que perdesse sua identidade.  Além disso, teve alterações no sono e não consegue mais usar as roupas que vestia durante o tratamento. Costuma dormir apenas 20 minutos, com intervalos de duas horas. 

Agora que está recuperada, seu desafio é aprender a tocar violão. Como possui a Síndrome do Pensamento Acelerado, mesmo não estando fisicamente debilitada, seu psicológico já não é mais o mesmo. “Foram vários momentos de desânimo, ficava muito tempo sozinha em Cuiabá”, disse Ana Margarete. 

Grupo de apoio

Sobre ter participado de grupos de apoio, Ana Margarete comentou que participa somente de um grupo online pelo whatsapp chamado Vitoriosas. Através dele, pôde aprender com muitas outras mulheres que têm ou tiveram câncer de mama. O grupo é composto por mulheres mato grossenses, inclusive, algumas canaranenses.

Mensagem de apoio

Para mulheres que estão passando ou possam vir passar pela doença, Ana disse que “primeiro é preciso vencer o medo e o desespero, para depois vencer a doença”. Concluindo, que “não é fácil aceitar o diagnóstico inicial. Turbilhão de dúvidas e medos povoam nosso pensamento e às vezes, o chão nos falta. Com o passar dos dias, começamos a compreender e aceitar nossas limitações e nossas necessidades”.

Prevenção

O tema da campanha do Outubro Rosa deste ano é “quanto antes, melhor”, sendo o diagnóstico precoce, o responsável por aumentar as chances de cura. Conforme pesquisas, cerca de 70% dos casos de câncer de mama são detectados pelo toque. Apesar de ser recomendado realizar mamografia anualmente depois dos 40 anos, antes disso, é importante realizar exames de rotina e o preventivo. Onde, muitas vezes são capazes de detectar o câncer ainda em estado inicial.

Por Vitória Kehl Araujo, para o OPioneiro.

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