O governador Mauro Mendes defendeu que o Brasil, durante a Conferência do Clima (COP 30) deste ano, cobre os países de primeiro mundo quanto aos compromissos não cumpridos da redução das emissões de carbono.
Mauro participou da reunião do Fórum dos Governadores, na manhã desta quarta-feira (13.8), em Belém (PA), que vai sediar o evento este ano.
Crédito – Secom
“A Organização das Nações Unidas (ONU) soltou um levantamento sobre os compromissos que os países fizeram nessas conferências do clima para reduzir suas emissões. 75 países cumpriram 1% do combinado quando deveriam ter cumprido, no mínimo, 45%. Nessa COP, é relevante cobrar dos países que não façam mais compromissos, e sim cumpram o que já prometeram”, relatou.
De acordo com o governador, ao invés de reduzir a poluição, os países ricos aumentaram a emissão de poluentes. Enquanto isso, o Brasil responde por apenas 3% das emissões globais e preserva cerca de 60% do território.
“Nós temos que preservar, mas não podemos achar que representando 3% das emissões nós vamos conseguir salvar o planeta. Não podemos aceitar que eles venham novamente aqui, na nossa casa, colocar o dedo na nossa cara e dizer aquilo que nós devemos fazer com as nossas florestas e com os nossos biomas, quando eles não cumprem aquilo que foi combinado com o mundo e com todos nós”, criticou.
Mauro afirmou que é preciso defender o desenvolvimento sustentável, com a exploração consciente dos recursos naturais.
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“Os EUA está aumentando o consumo de xisto, uma atividade altamente poluente. A China continua queimando carvão. Enquanto isso, se formos abrir quatro campos de futebol na Floresta Amazônica pra explorar potássio, aí não pode porque tratam como se fosse destruir o planeta. Nossa energia é majoritariamente limpa e poucos países do mundo podem dizer isso”, concluiu.
O evento
A COP 30 está marcada para ocorrer de 10 a 21 de novembro em Belém (PA).
O evento deve reunir representantes de mais de 190 países para negociações, debates, seminários e encontros sobre as mudanças climáticas globais.
ÁGUA BOA – Um homem de alta periculosidade e condenado pela Justiça do Estado de Goiás foi preso na tarde de segunda-feira (11.8), no município de Água Boa (730 km a leste de Cuiabá), em ação da Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal.
Com mandado de prisão definitiva decretado pela 1ª Vara Criminal de Luziânia (GO), o procurado, de 44 anos, foi condenado a pena de 37 anos de reclusão em regime fechado pelos crimes de roubo e homicídio.
Foto por: PC-MT
A prisão ocorreu após trabalho articulado da Polícia Civil e PRF, realizado durante cerca de três meses para identificar o paradeiro do foragido. As informações iniciais apontaram que o criminoso estava na cidade de Cocalinho usando identidade falsa.
Durante as diligências investigativas o homem foi localizado em um endereço no bairro Cristalino, no município de Água Boa. Na abordagem o foragido não estava com documentação, porém ao ser questionado confirmou que vinha sendo procurado.
Enfermeira é presa em operação que investiga rede de crimes sexuais liderada por médico de Canarana
Em seguida ele foi conduzido para a Delegacia de Água Boa para as providências cabíveis, sendo posteriormente apresentado e colocado à disposição do Poder Judiciário.
Conforme o delegado regional de Água Boa, Valmon Pereira da Silva, o resultado da ação é reflexo da integração entre as forças de segurança pública. “O trabalho em conjunto utilizando ferramentas de inteligência foi fundamental para o êxito dessa prisão”, destacou o delegado.
Uma enfermeira ligada ao médico e ex-vereador Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, preso em maio por estupro e exploração sexual infantil, foi presa em Rondonópolis, a 2018 km de Cuiabá, nesta quarta-feira (13), durante investigações da Operação Verdade Secretas. De acordo com a polícia, ela teria praticado abusos sexuais contra duas vítimas com deficiência intelectual.
O g1 tentou localizar a defesa de Thiago, mas não tinha conseguido até a última atualização desta reportagem.
O suspeito de ter cometido o crime fugiu e a polícia investiga o caso. — Foto: PM MT
As investigações apontaram que a enfermeira mantinha um relacionamento com Thiago, onde era submetida a condições degradantes e tratada como escrava sexual.
Segundo a polícia, ela teria cometido os abusos a mando de Thiago. Ele ainda determinava que ela gravasse os abusos e enviasse o material para ele.
Delegado de Ribeirão Cascalheira assume Polícia Civil de Canarana
No mês passado, sete mulheres e um sargento da aeronáutica foram presos suspeitos de participar do esquema de produção e armazenamento de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Flávio Leonardo, as sete mulheres investigadas mantinham vínculos próximos com Thiago, aparentemente sem conhecimento uma da outra, já o sargento é suspeito de envolvimento direto na produção, armazenamento e possível compartilhamento de material pornográfico infantil.
Por Jardes Johnson, Jeová Rodrigues, g1 MT e TV Centro América.
CANARANA – A Delegacia de Polícia Civil de Canarana viveu, nesta quarta-feira (13), um momento marcante com a troca de comando da unidade. O delegado Dr. Flávio Leonardo, que esteve à frente da delegacia por dois anos, deixa o cargo para assumir a titularidade da Delegacia de Nova Xavantina. Em seu lugar, assume o experiente delegado Dr. Diogo Jobane, que vinha atuando em Ribeirão Cascalheira e possui uma sólida trajetória de 26 anos na área policial.
A solenidade foi prestigiada por autoridades municipais, representantes do Judiciário, Ministério Público, Polícia Militar, vereadores e membros da sociedade civil. O delegado regional Dr. Valmon Pereira ressaltou a importância da mudança:
“São alterações normais, que oxigenam o trabalho da Polícia Civil, aprimoram a gestão das unidades e permitem que profissionais conheçam novas realidades e assumam novas lideranças.”
O chefe de investigação da Polícia Civil de Canarana, Valdivino Vital, destacou o legado de Dr. Flávio:
“Ele deixa um trabalho de excelência, com grandes operações, prisões de criminosos perigosos e resultados concretos para a população. Em nome da Polícia Civil e da sociedade, deixamos nosso agradecimento.”
Em sua despedida, Dr. Flávio Leonardo fez um balanço de sua gestão:
“Foi uma honra trabalhar em Canarana. Tivemos grandes resultados graças ao apoio da equipe, da Polícia Militar, da Prefeitura e da população. Implementamos projetos, treinamentos e operações importantes. Agradeço a todos e desejo sucesso ao Dr. Diogo, que é extremamente capacitado e vai continuar este trabalho.”
Beach tennis movimenta mais que o futebol e segue em expansão em Canarana
O novo delegado titular, Dr. Diogo Jobane, já foi tenente da PM em Goiás, atuou por 17 anos na Polícia Federal e, nos últimos quatro anos, integra a Polícia Civil de Mato Grosso. Ele reforçou que dará continuidade ao combate ao crime organizado e destacou o programa estadual Tolerância Zero:
“O Dr. Flávio deixou um serviço de excelência. Quero seguir a mesma linha, combatendo facções criminosas, o crime de colarinho branco e qualquer ameaça à segurança da população. Podem ter certeza de que darei o meu melhor.”
A troca de comando reafirma o compromisso da Delegacia de Canarana com o fortalecimento do trabalho investigativo, em parceria com outras forças de segurança e instituições do município, para garantir mais tranquilidade e segurança à população.
CANARANA – Canarana-MT vem ampliando sua capacidade de armazenagem estática para acompanhar o ritmo acelerado da produção agrícola local, puxada principalmente por soja, milho e gergelim. Levantamentos da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (SEAGRI) e do Sindicato Rural mostram que, entre 2022 e 2024, houve crescimento expressivo no volume total que pode ser estocado no município.
Foto: siagri
Em 2022, a capacidade estática era de 963,8 mil toneladas, distribuídas em pouco mais de 202 mil m² de armazéns, entre unidades comerciais e particulares. Já o levantamento mais recente, feito pelo Sindicato Rural, indica um salto para 1,476 milhão de toneladas, considerando a capacidade instalada para soja, milho e gergelim, crescimento de 53% em dois anos. As estruturas ocupam quase 730 mil m² de área construída.
Segundo o presidente do Sindicato Rural, Lino Costa, o aumento foi impulsionado tanto por ampliações em armazéns já existentes quanto pela entrada de novos empreendimentos, alguns ligados ao setor de gergelim, cultura em franca expansão no município. Hoje, o segmento de gergelim já responde por 225 mil toneladas da capacidade instalada.
Mala trocada, pneu furado e passagem errada livram amigas de acidente com 11 mortes e mais de 40 feridos em MT
Apesar do avanço, produtores destacam que a capacidade ainda é pressionada pelo crescimento da produção agrícola. Com uma safra cada vez mais robusta, parte dos grãos continua sendo transportada diretamente para tradings fora do município logo após a colheita, o que gera custos adicionais e pressiona a logística local.
Para os próximos anos, a expectativa é que novas unidades entrem em operação, reforçando a infraestrutura e permitindo maior flexibilidade no escoamento da produção. A meta, segundo lideranças do setor, é atingir e superar a marca de 2 milhões de toneladas de armazenagem estática, quantia que hoje abrange a produção de soja, milho e gergelim de Canarana, garantindo mais autonomia aos produtores locais.
Um erro na troca de malas, um pneu furado e a não alteração de uma passagem foram os “perrengues” que, segundo Isabel Lira, salvaram a vida dela e de outras cinco amigas do grave acidente na BR-163, que deixou 11 mortos e mais de 40 feridos, na sexta-feira (8). O grupo saiu de Brasília, onde participou de uma audiência pública, e parou em Cuiabá (MT), de onde seguiria para o interior do estado.
Isabel contou que, antes de chegar em Cuiabá, ela e as amigas fizeram uma parada em Rondonópolis, a 218 km da capital, onde uma delas trocou a mala com a outra e seguiu para outro destino. A troca só foi percebida uma hora e depois, quando a mulher mandou uma mensagem avisando e se comprometeu a pegar um carro por aplicativo para destrocar.
“Esperamos cerca de 40 minutos e nada dela chegar. Depois, avisou que o pneu do carro tinha furado e que ela ia demorar um pouco mais. Como estávamos aflitas, combinamos de se encontrar direto em Cuiabá para fazer a troca”, contou.Grupo de amigas que voltava de viagem a Brasília — Foto: Reprodução
Ao chegar na capital, Isabel percebeu que era a única das amigas que estava com a passagem marcada para às 21h, e não às 16h, como as demais. Ela pediu ao marido que remarcasse, mas sem sucesso.
O embarque previsto das amigas era exatamente no ônibus que, horas depois, se envolveu no acidente. No entanto, devido à demora para a outra chegar e fazer a troca das malas, elas também não conseguiram embarcar.
Separadas nos ônibus e encontro na estrada
Devido aos atrasos, todas foram separadas e seguiram em ônibus diferentes, no entanto, se encontraram na estrada após os veículos em que estavam pararem por causa do acidente. Isabel contou que o encontro foi marcado por emoção, pois todas acharam que uma ou outra estaria naquele ônibus das 16h.
Isabel disse que dormiu durante a viagem e que, ao acordar, foi informada pelo motorista que um grave acidente havia ocorrido na estrada.
“Ele falou: você não tá sabendo ainda? A carreta não tombou, mas se acidentou com outro ônibus, que vinha de Cuiabá, da Rio Novo, às 16h da tarde”, disse emocionada.
Ao descer do veículo, Isabel se deparou com uma das amigas, que era acolhida por caminhoneiros no acostamento. Depois, as demais também apareceram no mesmo local.
Terra indígena no MT alvo de operação que investiga venda ilegal de ouro e pedras preciosas é líder nacional de alertas de garimpo
“A pretinha [amiga] estava sentada. Os caminhoneiros estavam ali dando até chimarrão para ela se acalmar. E naquela emoção todas nós se vimos, nos encontramos, nos abraçamos, foi emocionante. Porque estávamos todas vivas e quando as outras meninas viram, também desceram do ônibus e foram até nós. Então nos abraçamos. Foi um verdadeiro livramento”, relatou.
O acidente
Local onde aconteceu acidente que deixou 11 mortos e 46 feridos, em Mato Grosso. — Foto: g1
A batida na BR-163 resultou em 11 mortes e deixou 46 feridos, entre eles o motorista da carreta, que está em estado grave. O acidente aconteceu em uma curva, na pista da carreta, após o motorista do ônibus invadir a faixa que seguia no sentido de Cuiabá para Sinop, conforme a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Em nota, a empresa Rio Novo informou que o veículo possui dois andares, comporta até 70 passageiros e transportava 66 pessoas no momento do acidente. A empresa também lamentou o ocorrido e criou um canal exclusivo para prestar atendimento para às vítimas e familiares
Conforme a Nova Rota do Oeste, dentre os feridos, 26 estavam em estado moderado, 12 em estado grave e oito apresentaram ferimentos leves. Não foi informado o que aconteceu com os outros 9 passageiros
Acidente entre carreta e ônibus na BR-163, em Lucas do Rio Verde. — Foto: Reprodução
Por Arielly Barth, Rhenzo Nogueira, g1 MT e TV Centro América.
A Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda (MT) lidera, em 2025, o ranking nacional de alertas de garimpo, com 1.814 detecções, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nesta terça-feira (12), a região foi alvo de uma ação da Polícia Federal que investiga suspeitos de movimentar R$ 200 milhões com a extração e venda ilegalde ouro e pedras preciosas.
Além de Pontes e Lacerda, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em outros 11 municípios no Brasil. Na Operação Ita Yubá, os policiais apreenderam barras de ouro, dinheiro e veículos, e determinou o sequestro de apartamentos, casas e fazendas, além de duas aeronaves.
A Sararé é lar do povo Nambikwara e frequentemente alvo de conflitos entre garimpeiros e forças de segurança devido à exploração ilegal.
Em outra operação iniciada no dia 1º de agosto pelo Ibama, na Sararé, os fiscais apreenderam em uma casa 7 kg de mercúrio, metal usado para separar o ouro, que pode contaminar rios e solos. Além disso, operação, nomeada ‘Xapiri-Sararé’, resultou na destruição de diversos equipamentos usados na extração clandestina:
63 escavadeiras
8 caminhonetes
10 caminhões
66 motores
17 motocicletas
114 acampamentos
Ainda de acordo com o órgão, em propriedades rurais próximas, que serviam como pontos de apoio logístico ao garimpo, foram destruídos depósitos clandestinos de combustível e locais de manutenção de máquinas.
Fiscais apreenderam em uma casa 7 kg de mercúrio, metal usado para separar o ouro. — Foto: Reprodução
Avanço e impactos do garimpo
Conforme divulgado pelo Ibama, o aumento da atividade ilegal está ligado à migração de garimpeiros após operações federais em outras regiões e à facilidade de acesso ao território. Já foram desmatados 743 hectares de vegetação nativa.
O garimpo ilegal causa impactos ambientais e sociais graves, como:
Poluição: contaminação de rios e igarapés com mercúrio e óleo, além do assoreamento
Desmatamento: perda de vegetação nativa e destruição de habitats
Ameaça cultural:prejuízos ao modo de vida tradicional do povo Nambikwara
Expansão do crime organizado: fortalecimento de grupos criminosos na região
O Ibama afirma que continuará as ações de fiscalização por tempo indeterminado, cumprindo determinação judicial para conter o garimpo e proteger a Terra Indígena Sararé.
TI com maiores ocorrências de garimpo no Brasil
Garimpo ilegal avança na Terra Indígena Sararé em Mato Grosso. — Foto: Fábio Bispo/Greenpeace
Nos últimos anos, a Terra Indígena Sararé tem sido alvo de uma intensificação das atividades garimpeiras, que ameaçam não apenas a integridade do meio ambiente, mas também a saúde e os modos de vida das comunidades indígenas locais.
BNDES suspende verba de obra da 3Tentos em Porto Alegre do Norte após maior resgate do ano de trabalhadores em condições análogas à escravidão
Com uma área de 67 mil hectares e habitada por grupos indígenas da etnia Nambiquara, a TI Sararé está entre as mais afetadas pelo garimpo ilegal no Brasil, segundo o Ibama. Estima-se que aproximadamente 2 mil hectares tenham sido devastados pela exploração ilegal de ouro, impulsionada por organizações criminosas armadas que atuam na região.
Desde 2023, o Ibama vem intensificando as ações de repressão à atividade ilegal. Mais de 300 escavadeiras utilizadas no garimpo foram apreendidas e destruídas, além de motores e outros equipamentos.
Mato Grosso registrou, em julho de 2025, mais de 1,1 milhão de pessoas com contas em atraso, o que representa 43,81% da população do estado, conforme dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cuiabá nesta segunda-feira (11).
O volume total das dívidas chega a R$ 6,2 bilhões, com um tempo médio de atraso de 2 a 3 anos. Cada consumidor negativado no estado deve, em média, R$ 5.479,40 considerando todas as pendências.
Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e foram divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cuiabá. — Foto: Reprodução
Entre junho e julho deste ano, o número de inadimplentes no estado cresceu 0,98%, o que equivale a 11.089 novos devedores. No mesmo período, o Centro-Oeste registrou alta de 0,78%, enquanto o índice nacional subiu apenas 0,23%.
Perfil do inadimplente em Mato Grosso 💸
A maioria dos inadimplentes no estado é composta por homens (53,66%), com idade média de 43,5 anos. A faixa etária mais afetada é a de 30 a 39 anos, que concentra 26,97% dos devedores. Em seguida, aparecem as faixas de 40 a 49 anos (22,31%) e de 50 a 64 anos (19,08%).
O valor médio de cada dívida registrada no estado é de R$ 2.290, abaixo da média do Centro-Oeste (R$ 2.331), mas acima da média nacional (R$ 2.212).
Mauro: A economia brasileira vai entrar em colapso em 2027
Setor líder 💰
O setor bancário é o principal responsável pelas dívidas em Mato Grosso, respondendo por 53,06% dos débitos. Na sequência, aparecem o comércio (23,88%), contas de água e luz (10,11%) e serviços de comunicação (4,33%).
No comparativo anual, a participação das dívidas com bancos cresceu 8%, enquanto o setor do comércio teve queda de 10,26%.
Além do número de inadimplentes, o volume de dívidas em atraso também cresceu. Em relação a julho de 2024, o aumento foi de 11,92%, e na comparação com junho deste ano, a alta foi de 0,88%. No cenário nacional, esses índices foram de 13,81% e 0,31%, respectivamente.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) suspendeu um financiamento de R$ 500 milhões à Três Tentos Agroindustrial após o resgate de 563 trabalhadores submetidos a condições análogas às de escravo no canteiro de obras de uma usina de etanol de milho da companhia, em Porto Alegre do Norte (MT). A operação deflagrada foi o maior resgate do ano.
A obra contou com o investimento do BNDES e de recursos públicos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, o chamado Fundo Clima. Vinculado ao MMA (Ministério do Meio do Ambiente), ele foi criado para apoiar empreendimentos que promovam a redução dos efeitos das mudanças climáticas.
Operação resgatou 563 trabalhadores de condições análogas às de escravo no canteiro de obras de uma usina de etanol de milho em Porto Alegre do Norte, no Mato Grosso Foto: Vagner Teixeira Maciel – GSI/PGT/MPT
Após questionamento da Repórter Brasil, o banco de fomento informou que notificou a Três Tentos a prestar esclarecimentos sobre o caso e decidiu suspender os recursos “até que as informações sejam apuradas”. O MMA confirmou a suspensão. Confira as notas completas dos órgãos aqui.
A construção da usina para ampliar a capacidade de produção do biocombustível da Três Tentos estava sendo realizada pela TAO Construtora, responsabilizada pelas condições impostas à mão de obra na operação conduzida por MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), MPT (Ministério Público do Trabalho) e Polícia Federal. Os trabalhadores dormiam em alojamentos precários, sem água e energia elétrica, com banheiros sujos, quartos superlotados e sem ventilação. Queixas sobre a má qualidade da alimentação também foram registradas.
Revoltados com a situação, os trabalhadores provocaram um incêndio no canteiro de obras da usina.
Além das condições degradantes, a fiscalização apontou a existência de servidão por dívida. Também foram levantados indícios de tráfico de pessoas, com aliciamento de operários em estados das regiões Norte e Nordeste.
O Ministério Público do Trabalho informou que está negociando um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com a empresa.
Em nota à Repórter Brasil, a Três Tentos afirmou que está acompanhando o caso e avaliando “medidas cabíveis”. “Prezamos pela dignidade de todas as pessoas envolvidas em nossas operações, sejam elas diretas ou indiretas. Práticas que violem os direitos humanos e trabalhistas são incompatíveis com os valores da companhia”, diz a nota. Leia a manifestação completa aqui.
Após o anúncio da suspensão do financiamento pelo BNDES, a assessoria de imprensa da Três Tentos foi novamente questionada pela reportagem. Porém, até o fechamento desta matéria, não houve retorno.
Em nota, a TAO afirma que o incêndio foi criminoso e provocado por um “grupo isolado de trabalhadores”, e diz que vem colaborando com as autoridades. Assinado pela direção da empresa, o texto não comenta as condições degradantes apontadas pelas autoridades, como a falta d’água e o uso de água de rio no alojamento, mas diz ter compromisso com o direito dos trabalhadores. “A TAO Construtora repudia veementemente qualquer prática análoga à escravidão ou tráfico de pessoas”. Veja a nota na íntegra aqui.
Financiamento verde
Quando o contrato com a Três Tentos foi celebrado, em novembro de 2024, o BNDES divulgou o investimento como uma iniciativa para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, em diálogo com as políticas climáticas do governo federal.
O financiamento foi feito na modalidade “reembolsável”. O contrato prevê a devolução do valor, a partir de condições de pagamento previamente acordadas com o banco, e tem como objetivos a implantação de uma usina geradora de energia elétrica a partir de biomassa, além da ampliação da capacidade de produção da planta da Três Tentos. De acordo com a própria divulgação do BNDES, a unidade terá capacidade para produzir 935 mil litros de etanol de milho, 587 toneladas de grãos secos de destilaria e 37 toneladas de óleo de milho por dia.
A Três Tentos estima o custo da ampliação da usina em R$ 1,16 bilhão, conforme relatórios divulgados pela empresa. A conclusão da obra está prevista para 2026. A empresa também emitiu títulos verdes no total de R$ 560,7 milhões no mercado financeiro, para serem utilizados no empreendimento.
Mais de 500 trabalhadores são resgatados de condições análogas à escravidão em canteiro de obras no Araguaia
A Três Tentos conta com 70 unidades distribuídas no Rio Grande do Sul e Mato Grosso, atua na área de insumos, grãos, indústria e soluções financeiras, dentro do setor do agronegócio.
Além do financiamento para a obra no Mato Grosso, a companhia também recebeu R$ 80,3 milhões em financiamento para os empreendimentos no Rio Grande do Sul, em oito contratos diferentes, sendo seis deles firmados em 2012 e dois em 2025, conforme dados acessados pela Repórter Brasil.
Debêntures verdes
Em 2024, a Três Tentos anunciou a venda de debêntures verdes no valor de R$ 560,7 milhões. Os recursos obtidos com a operação, segundo a companhia, também se destinam a custear a obra da usina em Porto Alegre do Norte (MT).
Os debêntures verdes, títulos privados de dívida negociados na bolsa de valores, têm como objetivo financiar projetos com benefícios ambientais, como a redução de emissão de gases de efeito estufa. Assim como em outros títulos de dívida, a empresa emissora se compromete a pagar o valor investido acrescido de juros aos investidores após um determinado período.
No documento de regulamentação dos debêntures, a Três Tentos informa que segue as diretrizes do Green Bonds Principles (GBP) definidas pela International Capital Market Association (ICMA) e seguidas por investidores no mundo todo. Entre os princípios regulamentadores do GBP estão o cumprimento de diretrizes socioambientais e o respeito aos direitos humanos.
Políticas socioambientais para financiamento público
O BNDES dispõe de uma Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática ou PRSAC. Além disso, nos documentos de regulamentação do Fundo Clima, são consideradas questões socioambientais entre os critérios de aplicação do recurso. O Plano Anual de Aplicação de Recursos 2025 e o Relatório Anual de 2024 citam especificamente a prática de trabalho escravo, inclusive como critério de exclusão de clientes e cancelamento de contratos.
O etanol de milho, classificado como ‘energia verde’, é considerado uma alternativa para a diminuição dos combustíveis poluentes. A classificação favorece a obtenção de financiamentos pelos produtores. A procura por energia sustentável tem aumentado a produção de biocombustíveis feitos com o grão. Especialistas alertam, entretanto, para os impactos socioambientais dessa produção no Brasil.
Em 12 safras, a produção de etanol de milho no Centro-Sul saltou de 37 milhões de litros para 8,19 bilhões, de acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Entre 2024 e 20025, o biocombustível representou 22% do volume total de etanol do Brasil, com a maior produção no estado do Mato Grosso.
Pesquisa do instituto Percent Brasil divulgada nesta segunda-feira (11) mostra o governador Mauro Mendes (União) na frente das intenções de votos na corrida pelo Senado Federal.
Na modalidade estimulada, em que os nomes são apresentados aos eleitores, Mendes aparece com 37,8% e a deputada estadual Janaina Riva (MDB) com 18,8%.
Foto: Montagem
O deputado federal José Medeiros registra 6,4%. O ministro da Agricultura e senador licenciado Carlos Fávaro (PSD) tem 4,3%, enquanto o ex-governador Pedro Taques (sem partido) aparece com 3,8% e o ex-presidente da Aprosoja Brasil Antonio Galvan (PTB) com 2,4%.
Nulos ou brancos ficam em 4,5% eindecisos em 20,6%.
No pleito de 2026, cada estado vai eleger dois senadores, com o eleitor podendo votar em dois nomes.
Um segundo cenário com a inclusão do senador Jayme Campos (União) foi apresentado aos eleitores.
Liderados por Mauro Mendes, governadores pressionam Lula por ação em ‘Tarifaço’ de Trump
Nele, Mendes continua na liderança com 36,3%, seguido por Janaina Riva com 17,9%. Na sequência aparecem José Medeiros com 6,2%, Jayme com 5,8%, e Carlos Fávaro com 3,7%. Pedro Taques soma 3,4% e Antonio Galvan 2,3%. Nulos ou brancos somam 4,1% e indecisos 18,9%.
Espontânea
Na modalidade espontânea, quando o eleitor menciona um nome sem a apresentação de uma lista, o favoritismo de Mendes também permanece. Ele lidera com 9,7%; seguido por Janaina Riva com 3,1% e José Medeiros com 1,3%.
Carlos Fávaro e Jayme Campos aparecem com 0,7% cada; Pedro Taques com 0,4% e Antônio Galvan com 0,3%. Votos nulos ou brancos somam 2,2%. A maioria, 76,1%, não soube ou não respondeu, enquanto 5,5% não responderam.
Rejeição
Na rejeição estimulada para o Senado, Pedro Taques lidera com 8,5%, seguido por Jayme Campos com 7,3%.
Carlos Fávaro tem 3,8%, Mauro Mendes 3,1%, Janaina Riva 2,8%, José Medeiros 2,7% e Antônio Galvan 1,9%. Nulos ou brancos somam 5,1%, indecisos 54,4% e não responderam 10,4%.
A pesquisa
O estudo foi realizado presencialmente em Mato Grosso entre os dias 29 de julho e 4 de agosto, com 1.200 entrevistas.
A margem de erro de 2,83 pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%.
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