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Vereadora critica ministro do STF e defende autonomia dos pais

CUIABÁ – A vereadora por Cuiabá, Michelly Alencar (DEM), criticou a postura do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que na semana passada defendeu medidas contra pais que não vacinam filhos contra a Covid-19. A vacinação de crianças entre 5 e 11 anos já teve início no país.

Foto: Secom/Câmara de Cuiabá

A parlamentar se posicionou favorável à vacinação de crianças contra a doença, mas defendeu que a decisão deve ser dos pais ou responsáveis, e não uma obrigatoriedade.

“Eu acredito que seja importante, desde que seja uma decisão dos pais. Se os pais se sentirem seguros, tem que vacinar. Se o pai achar que ela não pode vacinar, ele não pode ser punido”, disse, em entrevista à Rádio CBN Cuiabá.

”Acredito que ministro nenhum deve dizer para mim se a vida ou a saúde o meu filho é importante ou não, porque isso já é muito claro para mim”

Michelly afirmou que não vai vacinar seus dois filhos, de 5 e 9 anos de idade, mas que tanto ela quanto o marido e o enteado de 14 anos já se imunizaram. Segundo a vereadora, a sua filha mais nova tem uma doença autoimune.

“Se eu sou obrigada a vacinar a minha filha que não pode vacinar, olha a situação que eu fico. E aí, não é porque eu não vou vacinar a minha filha, que tem uma doença autoimune, que eu sou negacionista”, disse.

Para a parlamentar, está havendo muita politização em torno do assunto e é “incoerente” um ministro do STF defender fiscalização e penalização os pais sobre algo que pelo qual eles já são responsáveis, que é a vida dos filhos.

“Eu já sou responsável pela vida dos meus filhos. Eu já tenho nas minhas costas essa responsabilidade. Não preciso de um ministro dizer que eu preciso ser responsável ou que vou ser responsabilizada”, criticou.

Fiscalização

O Ministério da Saúde afirma que a vacinação para crianças de 5 a 11 anos não é obrigatória no país, o que contradiz a legislação nacional.

Diante disso, na semana passada, Lewandoski oficiou os Ministérios Públicos de todos os estados e do Distrito Federal para que adotem com urgência medidas para fiscalizar pais que não estejam vacinando seus filhos contra a Covid.

No ofício, o ministro diz que as medidas necessárias para garantir a vacinação das crianças devem ser adotadas conforme prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e a Constituição Federal.

Para Michelly, não é o momento de se ficar “crucificando esse ou aquele por causa de um posicionamento”.

“Acho extremamente incoerente [o posicionamento do minsitro]. De verdade, já deu. Todo mundo agora manda na vacina, todo mundo entende de doença. Então, para mim está cada vez mais difícil encarar isso com a seriedade que merece, porque todo mundo opina”, criticou.

“Acredito que ministro nenhum deve dizer para mim se a vida ou a saúde o meu filho é importante ou não, porque isso já é muito claro para mim”, completou.

Por MidiaNews.

 

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