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Irmãos doam fazenda de R$ 4 milhões para ampliação do Hospital de Câncer

Hospital do Câncer de Mato Grosso (HCan) recebeu a doação de uma fazenda de 1.370 hectares, avaliada em R$ 4 milhões.
José Nogueira de Moraes é um dos irmãos doadores; Foto – Divulgação

CUIABÁ – O Hospital do Câncer de Mato Grosso (HCan) recebeu a doação de uma fazenda de 1.370 hectares, avaliada em R$ 4 milhões. A propriedade rural que fica no município de Ponte Branca, no Vale do Araguaia de MT, está à venda. Todo o recurso arrecadado será destinado para a ampliação e modernização da clínica médica do hospital, que contará com a construção de mais de 30 leitos para tratamento de pacientes paliativos. Os doadores, que são de uma família da região Oeste do Estado, explicam que a doação é resultado de um ensinamento deixado por seus pais: ajudar o próximo.

O professor aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), José Nogueira de Moraes, e a sua irmã, também professora aposentada da UFMT, Zilda Nogueira de Moraes, eram herdeiros da fazenda que cederam a área para o HCan. À reportagem, José Nogueira comenta que a iniciativa partiu da necessidade de ajudar pacientes a vencerem a luta contra o câncer.

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“Viemos de uma família cujos valores são religiosos, e ajudar o próximo, a quem mais precisa, sempre esteve pregado como um dos nossos principais ensinamentos, e essa questão do sofrimento do outro é uma coisa que procuramos sempre ajudar, fazer boas ações e caridade. Nosso objetivo é pegar um pouco do que temos, que não nos fará falta e nem aos nossos filhos, e aplicar em algum lugar que possa proporcionar uma melhor qualidade de vida para quem mais precisa”, disse.

Nogueira destaca ainda a importância dessa reforma e ampliação da unidade hospitalar. “Sabemos que não é um tratamento fácil e que quem mais sofre é o paciente, seja no momento em que recebe o diagnóstico ou durante o atendimento. Então, proporcionar essa melhoria no atendimento fará com que o tratamento possa ser menos doloroso, pois assim eles terão um espaço com uma estrutura melhor, com conforto e aconchego. Conheço de perto a luta do HCan e suas necessidades”, pondera.

Nogueira explica que a propriedade está localizada no município de Ponte Branca (MT) e que possui uma sede com casa, quatro quartos, sala, cozinha e dois banheiros, um pomar com diversas fruteiras, energia, poço artesiano e conta com um curral com cinco divisões, sendo uma delas coberta.

“A propriedade possuí dez divisões de pastos com aguada natural e está situada a 35 km de Ponte Branca, a 45 km de Ribeirãozinho, a 25 km do asfalto que liga Barra do Garças a Alto Araguaia, 35 km de Araguainha e 118 km de Guiratinga. A venda está sob responsabilidade do hospital e os recursos serão revertidos para modernização e estrutura do hospital. Essa não é a primeira e nem será a nossa última ação de solidariedade”, pondera.

Hospital do Câncer de Mato Grosso (HCan) recebeu doação de uma fazenda de 1.370 hectares, avaliada em R$ 4 milhões..Luta do HCan

O presidente do Hospital de Câncer, Laudemir Nogueira, explica que o hospital, que é referência no tratamento de pacientes com câncer em Mato Grosso, sobrevive apenas de doações. Após declaração da pandemia da Covid-19, uma das medidas de combate à doença é evitar aglomeração de pessoas e, com isso, muitos eventos que tinham como objetivo arrecadar fundos para o hospital foram suspensos.

“Uma das maiores lutas do hospital é com a questão financeira, pois sendo de referência no estado, nossa capacidade de atendimento é de aproximadamente 100 mil pessoas anual. Em 2019, recebemos cerca de R$ 8 milhões, e neste ano, com a pandemia, o hospital não recebeu nenhum centavo. Muitos eventos começam a partir de abril e coincidiu justamente com a chegada da pandemia, o que dificultou ainda mais para que possamos atender os nossos e novos pacientes”, comenta.

O chefe do hospital pondera que todo atendimento é contratualizado com o Sistema Único de Saúde (SES), mas que os valores estão defasados desde 2002. “A ordem financeira é muito grande no HCan, pois precisamos arcar com muitas despesas. Temos dois aparelhos de radioterapia que custou aproximadamente 1,4 milhão de dólares, a única em Mato Grosso. Temos ainda outro tratamento que é único no estado feito com um aparelho de hematologia”.

Conforme Laudemir, a venda da propriedade está avaliada em torno de R$ 4 milhões. “O objetivo do recurso é adequar e ampliar nossa unidade de saúde principalmente na parte clínica. A ideia é construir 30 leitos bem moderno e proporcionar maior qualidade no tratamento dos nossos pacientes. Essa doação vem em uma oportunidade única, munida de valores e empatia com o próximo. Mesmo em tempo de distanciamento, de individualismo, existem pessoas que estão sempre em prontidão para ajudar o próximo. Mais do que um hospital para tratar pacientes, nós somos uma família em união”.

Por Wellygton Souza/Hipernotícias

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