sexta-feira, 12 setembro, 2025
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Liderados por Mauro Mendes, governadores pressionam Lula por ação em ‘Tarifaço’ de Trump

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O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), assumiu a liderança de um grupo de nove chefes de executivos estaduais que se reuniu na noite desta quinta-feira (7) em Brasília para pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo central é cobrar que Lula assuma, de forma incisiva, o protagonismo nas negociações com os Estados Unidos para reverter o “tarifaço” de 50% imposto pelo então presidente Donald Trump aos produtos brasileiros, alertando que os interesses eleitorais não podem se sobrepor à economia nacional.

A reunião, convocada pessoalmente por Mendes, aconteceu na residência do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e contou com a presença de governadores de peso como Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO), Wilson Lima (AM), Cláudio Castro (RJ), Jorginho Mello (SC), Ratinho Júnior (PR) e o pré-candidato à presidência Tarcísio de Freitas (SP).

Após o encontro, Mendes foi taxativo em suas declarações, reforçando a unidade do grupo na cobrança ao Palácio do Planalto. “Muito claramente foi dito entre nós que temos que cobrar do presidente Lula que assuma o protagonismo dessa negociação. Ele é o presidente desse país e não pode abrir mão de dialogar com o americano”, disparou o governador mato-grossense.

A preocupação com o “estressamento” das relações com os Estados Unidos é unânime entre os governadores. Tarcísio de Freitas, de São Paulo, corroborou as falas de Mendes, destacando que o encontro nasceu da apreensão com as empresas, negócios e empregos brasileiros.

“Essa reunião nasce da preocupação dos governadores com a situação do Brasil, a gente está muito preocupado com a escalada da crise, com a marcha da insensatez e os efeitos deletérios do ‘tarifaço’, do estressamento das relações com os Estados Unidos”, afirmou Tarcísio. “A gente acabou indo para um caminho muito ruim que acabou agredindo um parceiro histórico do Brasil, um grande investidor estrangeiro direto e a gente precisa cobrar do Governo Federal, que tem essa responsabilidade e que conduz a política externa, energia nas negociações.”

A iniciativa de Mauro Mendes e do grupo de governadores sinaliza uma crescente insatisfação com a condução da política externa e econômica, especialmente diante de medidas protecionistas que impactam diretamente os estados produtores e a balança comercial brasileira. A expectativa agora é pela resposta do Governo Federal à contundente cobrança dos chefes de estado.

Por Brisa Sanches | Portal Mato Grosso.

Pivetta defende que 100% das escolas de MT sejam cívico-militares; veja

Pré-candidato ao Governo, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) afirmou que, caso seja eleito em 2026, defenderá que 100% das escolas do Estado sejam cívico-militares.

Um levantamento feito em julho mostra que das 628 escolas da rede estadual, 101 são cívico-militares.

O vice-governador Otaviano Pivetta, que defende o modelo – Foto: Reprodução

Ao defender o aumento do número, Pivetta citou os resultados dos alunos destas unidades nos exames. O modelo também é uma aposta para afastar os menores do domínio das facções criminosas.

“Se possível e se o povo quiser vai ser 100%. Não acredito que se chegue nesse número, mas a maioria das salas de aula que nós temos serão transformadas em cívico-militar, porque os resultados são inquestionáveis”, disse.

A declaração foi dada um dia após a Seduc (Secretaria Estadual de Educação) anunciar a instalação do modelo na Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, onde alunas filmaram a tortura com uma colega.

Por MidiaNews.

Fábio Garcia diz que volta ao Congresso para votar a anistia

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O chefe da Casa Civil Fabio Garcia disse haver a possibilidade de retornar à Câmara Federal para votar a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

O secretário-chefe da Casa Civil, Fabio Garcia, que é deputado licenciado

“Cogito, se necessário for, volto à Câmara dos Deputados”, disse à imprensa nesta semana.

A direita bolsonarista tem se mobilizado para tentar obstruir a pauta e emplacar o texto da anistia e do impeachment de Alexandre de Moraes, após ele determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Por MidiaNews.

Júri condena maníaco que estuprou mãe e filhas a 225 anos

O pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, 34, foi condenado pelo Tribunal do Júri a 225 anos de reclusão pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e feminicídio.

Os crimes foram cometidos contra uma mãe e suas três filhas – Cleci Calvi Cardoso, 46; Miliane Calvi Cardoso, 19; Manuela Calvi Cardoso, 12; e Melissa Calvi Cardoso, 10 –, na madrugada do dia 24 para 25 de novembro de 2023, em Sorriso (420 km ao Norte de Cuiabá).

A sentença foi proferida pelo juiz Rafael Deprá Panichella, da 1ª Vara Criminal de Sorriso, após cerca de 10 horas de julgamento, nesta quinta-feira (7).

Foto: Reprodução

O crime teve repercussão nacional devido à brutalidade com que Gilberto assassinou a mãe e as três filhas.

Os corpos só foram encontrados dias depois, em 27 de novembro, quando uma familiar foi até a casa delas verificar por que não davam notícias.

O julgamento começou às 8h e seguiu o rito previsto no Código de Processo Penal, com a atuação de promotor, defensor e um conselho de sentença composto por sete jurados.

O CRIME – Conforme revelado pela investigação da Polícia Civil, Gilberto trabalhava em uma obra ao lado da residência da família, e na noite do crime, após se drogar, pulou o muro e entrou na casa por uma janela do banheiro que estava aberta.

Porém, logo que entrou, foi flagrado por Cleci, que avançou contra ele, e depois alguns segundos de briga, ambos caíram no chão.

Neste momento, o criminoso teria se apossado de uma faca e esfaqueado a mulher.

Por conta do barulho, Miliane e as menores acordaram e presenciaram toda a cena.

Após ferir Cleci, Gilberto esfaqueou Miliane, a adolescente e em seguida matou a criança asfixiada.

Durante o tempo em que ficou na casa após ferir as vítimas, o pedreiro estuprou mãe, a filha mais velha e a adolescente enquanto ainda estavam vivas, e depois foi embora levando consigo a calcinha da menor.

Na obra, Gilberto retirou as roupas que usou quando cometeu o crime, colocou-as em uma sacola e a escondeu em um contêiner na propriedade.

Sem se preocupar em fugir, o criminoso continuou vivendo normalmente no local, até ser descoberto e preso no dia 27.

No dia 6 de dezembro, o predreiro foi indiciado por quatro homicídios qualificados por feminicídio, crueldade, recurso que dificultou a defesa das vítimas para assegurar a execução e garantir a impunidade de outro crime, e três estupros.

Contra as vítimas menores de idade, os homicídios receberam a qualificadora de crime cometido contra menor de 14 anos, previsto na Lei Henry Borel.

No dia 15 de dezembro, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o pedreiro, e imputou uma causa de aumento de pena, pois os crimes foram praticados na presença física de ascendente e descendente das vítimas.

Logo após a descoberta da chacina, a Polícia foi informada sobre os antecedentes de Gilberto, que era foragido pelo latrocínio do jornalista Osni Mendes, ocorrido em dezembro de 2013, em Mineiros (GO), e por estupro e tentativa de homicídio em Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá), em setembro de 2023.

Por DiáriodeCuiabá.

Troca entre delegados de Canarana e Ribeirão Cascalheira marca nova fase da reestruturação da Polícia Civil no Vale do Araguaia

QUERÊNCIA – A Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso realizou mais uma mudança estratégica no comando de delegacias do Vale do Araguaia. Desta vez, a alteração envolve diretamente os municípios de Canarana e Ribeirão Cascalheira, com a transferência do delegado Diogo Jobane, que deixa Cascalheira para assumir a Delegacia de Canarana, enquanto Victor Donizete, que havia sido designado para Canarana, agora assume a titularidade em Ribeirão Cascalheira.

A movimentação tem como objetivo reforçar a atuação da Polícia Civil em áreas sensíveis da região, promovendo maior efetividade no combate ao crime organizado, tráfico de drogas, delitos patrimoniais e ocorrências de violência que têm preocupado as autoridades locais.

Ambos os delegados possuem experiências reconhecidas em suas áreas de atuação. Diogo Jobane vinha conduzindo investigações relevantes em Ribeirão Cascalheira, enquanto Victor Donizete atuava anteriormente em Porto Alegre do Norte, sendo posteriormente transferido para Canarana. Com a nova configuração, espera-se que suas habilidades contribuam de forma ainda mais eficaz nas novas comarcas.

Essa alteração integra um pacote de mudanças mais amplo iniciado em julho, sob coordenação da Delegacia Regional de Água Boa e com aval da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-MT). Em entrevista ao portal Notícias Interativa, o delegado regional Dr. Valmon Pereira já havia anunciado trocas em quatro municípios:

  • Em Água Boa, Bruno Gomes (de Confresa) substituiu Matheus Soares, que foi transferido para Barra do Garças;
  • Em Nova Xavantina, Flávio Leonardo (de Canarana) assumiu o lugar de Raphael Diniz, que também foi transferido para Barra do Garças;
  • Em Cocalinho, Carlos Alberto, recém-formado, passou a comandar a nova unidade local.

Essas mudanças têm caráter estratégico e visam redistribuir competências conforme o perfil dos delegados e as necessidades específicas de cada município, ampliando a presença do Estado e a resposta institucional da Polícia Civil no Araguaia.

As novas designações já estão em vigor e contam com apoio das unidades regionais e da estrutura da SESP para garantir continuidade nos atendimentos e eficiência na atuação policial.

Por NoticiasInterativa.

Lar dos Idosos de Barra do Garças será inaugurado dia 15 de setembro

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O Lar dos Idosos Bem Viver será o presente de aniversário dos 77 anos de Barra do Garças. Segundo o prefeito do município, Dr. Adilson Gonçalves, o espaço representa a valorização dos idosos que fizeram parte da construção do município. O local será inaugurado no dia 15 de setembro, durante as comemorações da data festiva de emancipação.

“Nós temos idosos que estão precisando de acolhimento aqui que foram pedreiros, que trabalharam em outras profissões e que realmente ajudaram, ao pé da letra, a construir Barra do Garças”, destacou o Dr. Adilson, em visita ao Lar dos Idosos, ao lado do presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE), Sérgio Ricardo de Almeida, e do conselheiro Antônio Joaquim.

O Dr. Adilson também destacou a importância das parcerias que possibilitaram a construção do espaço. Idealizado pelo Padre Cristiano Dias, o projeto foi possível por meio de um trabalho conjunto entre a Prefeitura, Associação Médica do Araguaia, o Ministério Público, o deputado estadual Dr. Eugênio e o conselheiro Antônio Joaquim, que doou a área para a construção do Lar dos Idosos.

“Deus foi colocando as pessoas certas e foi apontando os caminhos”, relatou o prefeito.

O Lar dos Idosos terá capacidade para atender cerca de 80 idosos e contará com estrutura completa, incluindo salas de atendimento médico, área de hidroginástica, além de espaços de convivência e lazer, como sala de TV e áreas de socialização.

A obra será entregue com toda a mobília instalada. Além disso, a Prefeitura de Barra do Garças também fez a pavimentação de concreto da estrada de acesso do local, para facilitar o deslocamento dos funcionários e familiares dos idosos acolhidos.

Por Araguaia Noticia, FONTE: Secom BG.

‘Comida estragada e sem água potável’: funcionário relata condições análogas à escravidão após ser resgatado com mais de 500 colegas em obra de MT

Um dos 563 trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão em uma construção de usina em Porto Alegre do Norte, a 1.143 km de Cuiabá, descreveu como era a precariedade do local e parte da rotina de trabalho.

“Muito descaso, muita falta de responsabilidade com o funcionário. A água não era potável, era amarela, banheiro podre, a gente ficava sentindo aquele fedor da fossa e muito calor dentro dos quartos. A gente ia comer 11h30, quando dava 12h tinha que voltar e, muitas vezes, a comida estava estragada”, relatou.

O cenário de trabalho degradante era na construção de uma usina de etanol da empresa 3Tentos. A obra era executada pela TAO Construtora. A empresa tem quatro obras em andamento no estado, com cerca de 1,2 mil trabalhadores, sendo a unidade de Porto Alegre do Norte a maior delas.

Em nota, a 3tentos informou que adotou uma série de ações para apurar os fatos e avaliar as medidas cabíveis, além de colaborar com as autoridades responsáveis. Já a empresa TAO Construtora informou que está colaborando com a investigação da polícia e que, até o momento, não foi autuada sobre o caso.

Para reivindicar os direitos, eles protestaram e incendiaram os alojamentos no dia 20 de julho. A Polícia Militar esteve no local e, segundo os trabalhadores, os PMs atiraram contra eles e os obrigaram a voltar ao trabalho.

“A polícia chegou atirando, eles tinham conhecimento [da situação dos trabalhadores]. Um cara ficou com o peito todo furado, teve outro que se queimou (fotos abaixo)”, afirmou.

Polícia Militar informou que não tinha conhecimento da situação lamentável análoga à escravidão quando compareceram no protesto. Conforme o boletim de ocorrência, a polícia foi acionada após uma denúncia de que as instalações estavam sendo depredadas e incendiadas. Segundo a polícia, os trabalhadores estavam exaltados e, em determinado momento, após o representante da empresa tentou conversar, os trabalhadores começaram a proferir ameaças, atirar pedras e avançar contra os policiais.

Trabalhadores ficaram feridos durante protesto — Foto: MTE

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, os alojamentos e parte do refeitório ficaram destruídos. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter o incêndio e dois funcionários foram conduzidos à delegacia.

O protesto resultou na investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que levou ao resgate dos trabalhadores e à abertura de uma investigação sobre tráfico de pessoas para trabalho análogo à escravidão.

A TAO Construtora informou que alguns trabalhadores foram realocados depois de terem sido afetados por um incêndio criminoso no alojamento, provocado por colegas. A construtora disse ainda que firmou, com o MPT, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com caráter emergencial e reparatório, sem confissão de culpa.

“Importante destacar que uma grande quantidade de colaboradores manifestou o desejo de retornar ao trabalho, o que demonstra a relação de confiança construída no canteiro de obras […] A TAO Construtora repudia veementemente qualquer prática análoga à escravidão ou tráfico de pessoas”, disse. 

Segundo o MPT, após o incêndio, foram registradas 18 demissões por justa causa, 173 rescisões antecipadas de contratos e 42 pedidos de demissão. Cerca de 60 trabalhadores perderam todos os pertences pessoais no incêndio.

De acordo com o MTE, a empresa não conseguiu preencher as vagas com mão de obra local e, por isso, adotou uma estratégia de recrutamento em estados do Norte e Nordeste, principalmente no MaranhãoPará Piauí.

Conforme a investigação, os trabalhadores eram atraídos por meio de anúncios veiculados em carros de som e mensagens compartilhadas em grupos de WhatsApp, com promessas enganosas de altos ganhos com horas extra (entenda mais abaixo).

🤝As contratações e jornada de trabalho

 

Operação teve início após trabalhadores atearem fogo em protesto contra condições degradantes — Foto: MTE

Operação teve início após trabalhadores atearem fogo em protesto contra condições degradantes — Foto: MTE

As horas extras não eram registradas formalmente, os pagamentos eram feitos “por fora”, em dinheiro ou cheques, sem registro em folha, o que caracteriza sonegação fiscal. Além disso, essas horas extras prometidas na contratação, faziam parte de uma falsa promessa de altos rendimentos.

A alimentação também era alvo de denúncias. Os trabalhadores recebiam comida repetitiva, com relatos de larvas, moscas e alimentos deteriorados. O refeitório não tinha ventilação, o que forçava muitos a comerem em pé ou fora do local destinado às refeições.

O Ministério Público do Trabalho está em processo de negociação de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a empresa, para garantir o pagamento das rescisões e outros direitos dos trabalhadores.

Condições precárias identificadas na obra:

Alojamentos

  • Dormitórios com apenas 12 m², abrigando até quatro pessoas por quarto
  • Ausência de ventilação adequada e climatização
  • Apenas um ventilador para quatro trabalhadores
  • Superlotação: alguns operários dormiam no chão, sob mesas, por falta de camas
  • Colchões velhos e de má qualidade, cobertos apenas com lençol fino
  • Ausência de travesseiros, fronhas e roupas de cama adequadas
  • Falta de espaço para armazenar pertences pessoais

Infraestrutura e saneamento

  • Falhas no fornecimento de energia elétrica, o que interrompia o abastecimento de água dos poços artesianos
  • Banhos tomados com canecas, em razão da falta de água
  • Longas filas para banheiros sujos
  • Após incêndio, uso de água turva retirada do Rio Tapirapé, imprópria para consumo

 

Condições de trabalho

  • Canteiro de obras com excesso de poeira, ambientes sem ventilação e refeitórios inadequados
  • Falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) para manipulação de produtos
  • Ocorrência de acidentes de trabalho não comunicados oficialmente
  • Relatos de lesões nas mãos e nos pés e doenças de pele
  • Ausência de emissão das Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs), impedindo acesso a benefícios do INSS e atendimento médico

O que é trabalho análogo à escravidão?

 

O Código Penal define como trabalho análogo à escravidão aquele que é “caracterizado pela submissão de alguém a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou seu preposto”.

Todo trabalhador resgatado por um auditor-fiscal do Trabalho tem, por lei, direito ao benefício chamado Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado (SDTR), que é pago em três parcelas no valor de um salário-mínimo cada.

Esse benefício, somado à garantia dos direitos trabalhistas cobrados dos empregadores, busca oferecer condições básicas para que o trabalhador ou trabalhadora possa recomeçar sua vida após sofrer uma grave violação de direitos.

Além disso, a pessoa resgatada é encaminhada à rede de Assistência Social, onde recebe acolhimento e é direcionada para as políticas públicas mais adequadas ao seu perfil e necessidades específicas.

⚠️ COMO DENUNCIAR? – Existe um canal específico para denúncias de trabalho análogo à escravidão: é o Sistema Ipê, disponível pela internet. O denunciante não precisa se identificar, basta acessar o sistema e inserir o maior número possível de informações.

A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações no local.

Por Jardes Johnson, Bárbara Siviero, g1 MT e TV Centro América.

Polícia Civil investiga morte de bebê de três meses em Barra do Garças

BARRA DO GARÇAS – A Polícia Civil, com atuação da Delegacia de Barra do Garças (520 km de Cuiabá), instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte de um bebê, de apenas três meses de vida, ocorrida na manhã dessa quarta-feira (6.8), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

O bebê foi levado à unidade em estado grave, com sinais de asfixia, recebeu atendimento imediato pela equipe médica, mas infelizmente não resistiu.

Foto: Polícia Civil – MT

Diante das informações iniciais constantes no prontuário médico, que indicam possível causa violenta, foi determinada a instauração de inquérito com a natureza de “morte a apurar”.

As investigações preliminares estão em andamento e incluem a requisição de laudo de necrópsia, oitivas de familiares, análise de documentos e coleta de informações junto à rede de saúde.

O inquérito também buscará esclarecer eventuais questões relacionadas à saúde mental da mãe do bebê. As investigações seguirão em sigilo em respeito à legislação vigente e à proteção da dignidade dos investigados e familiares.

Por Karina Cabral | Polícia Civil – MT.

Estudante de medicina veterinária em Barra do Garças morre após carro capotar na rodovia MT-100

A estudante de medicina veterinária Beatriz Figueiredo Borges Barcelos, de 22 anos, morreu após o carro em que estava capotar na MT-100, entre os municípios de Pontal do Araguaia e Torixoréu, no sudeste de Mato Grosso, nessa quarta-feira (6).

A estudante de medicina veterinária Beatriz Figueiredo morreu em um acidente de trânsito, em Mato Grosso. — Foto: Reprodução

Segundo a Polícia Civil, a jovem dirigia o veículo quando perdeu o controle da direção, saiu da pista e capotou em uma ribanceira. O carro parou em uma área de mata. Beatriz foi arremessada para fora do veículo e morreu ainda no local.

Beatriz cursava o 10º semestre de medicina veterinária em uma universidade particular de Barra do Garças, onde morava com o marido e os dois filhos.

Nas redes sociais, a clínica veterinária onde a vítima estagiava publicou uma nota de pesar lamentando a morte da estudante e prestando solidariedade aos familiares e amigos.

A dinâmica do acidente será investigada pela Polícia Civil.

Por g1 MT.

Mais de 500 trabalhadores são resgatados de condições análogas à escravidão em canteiro de obras no Araguaia

Ao menos 563 trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em Porto Alegre do Norte (MT), na obra da TAO Construtora. A informação foi divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta quinta-feira (7).

Auditores-fiscais encontraram trabalhadores recrutados das regiões norte e nordeste do país em situação degradante, em um canteiro de obras na zona rural do município. A operação teve início no dia 20 de julho e revelaram condições insalubres de trabalho na construção de uma usina de etanol.

Operação teve início após trabalhadores atearem fogo em protesto contra condições degradantes — Foto: MTE

Segundo a fiscalização, um incêndio que atingiu parte dos alojamentos teria sido provocado por trabalhadores como forma de protesto contra as constantes falhas no fornecimento de energia elétrica e água potável.

As condições comprometia a saúde e o conforto nos alojamentos, além de impedir o descanso adequado diante do calor extremo da região. O incêndio revelou um cenário alarmante de precariedade e violações trabalhistas.

Os dormitórios mediam apenas 12 m² e abrigavam até quatro pessoas, sem ventilação adequada ou climatização.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, os trabalhadores dormiam em quartos superaquecidos, com apenas um ventilador para quatro pessoas, recebendo apenas um lençol fino para cobrir colchões usados e de má qualidade. Não eram fornecidos travesseiros, fronhas ou roupas de cama adequadas. A superlotação era evidente, com alguns trabalhadores chegando a dormir no chão sob mesas quando não havia camas disponíveis.

Problemas no fornecimento de energia elétrica agravaram a situação nos dias que antecederam o incêndio, interrompendo o abastecimento de água dos poços artesianos.

Com a falta de água, trabalhadores relataram que precisavam tomar banho com canecas e enfrentavam longas filas para usar banheiros sujos.

No dia do incêndio, caminhões-pipa passaram a buscar água do Rio Tapirapé, mas o líquido fornecido era turvo e impróprio para o consumo. O incêndio destruiu os alojamentos masculinos e femininos, além de parte da panificadora e da guarita da obra.

A força-tarefa também encontrou sérias irregularidades no canteiro de obras. Os trabalhadores atuavam em locais insalubres, sem ventilação, com excesso de poeira e refeitórios inadequados.

Houve registro de acidentes de trabalho não comunicados oficialmente, além de casos de lesões nas mãos e nos pés e doenças de pele provocadas por produtos manuseados sem o uso de equipamentos de proteção adequados.

Após o incêndio, parte dos trabalhadores foram transferidos para casas e hotéis da região, a cerca de 30 quilômetros do local da obra.

No entanto, muitos continuaram em situação degradante: dormindo em colchões no chão, sem camas, roupas de cama ou espaços adequados para guardar os poucos pertences que lhes restaram.

De acordo com o MTE, alguns operários perderam todos os bens pessoais no incêndio. Um grupo chegou a ser realocado em um ginásio de esportes de uma cidade vizinha.

Além das condições precárias, a fiscalização constatou que a empresa não emitiu as Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) para os trabalhadores feridos no incêndio, prejudicando o acesso a benefícios previdenciários e acompanhamento médico.

Aliciamento, dívidas e falsas promessas

 

A investigação também identificou um esquema de aliciamento e servidão por dívida, com fortes indícios de tráfico de pessoas. Sem conseguir contratar localmente, a empresa promoveu um recrutamento massivo em estados do Norte e Nordeste.

O recrutamento era feito por meio de carros de som e mensagens em grupos de WhatsApp, com promessas enganosas de altos ganhos com horas extras. Muitos trabalhadores relataram ter pago valores a intermediários para conseguir a vaga e arcaram com os custos da viagem e alimentação.

Em outros casos, a empresa cobriu as despesas da viagem, mas os valores foram integralmente descontados dos salários — prática considerada ilegal e abusiva que transfere aos trabalhadores o risco do empreendimento.

Aqueles que não passavam nos exames admissionais ou eram rejeitados no processo seletivo, ficavam sem recursos para voltar para casa.

Outro ponto grave foi a descoberta de um sistema paralelo de controle de jornada, conhecido como “ponto 2”. Nele, eram registradas horas extras que não constavam nos controles oficiais. Esses pagamentos eram feitos em dinheiro vivo ou cheques, sem registro em contracheque, recolhimento de FGTS ou contribuições previdenciárias.

Os auditores ouviram relatos de operários que trabalhavam semanas seguidas, inclusive aos domingos, sem qualquer folga, em total descumprimento da legislação trabalhista. Os trabalhadores cumpriam expediente além das 8h48 diárias estabelecidas, com turnos que chegavam a 22 horas.

As horas extras não eram registradas formalmente — os pagamentos eram feitos “por fora”, em dinheiro ou cheques, sem registro em folha, o que caracteriza sonegação fiscal. Além disso, essas horas extras prometidas na contratação, faziam parte de uma falsa promessa de altos rendimentos.

A alimentação também era alvo de denúncias. Os trabalhadores recebiam comida repetitiva, com relatos de larvas, moscas e alimentos deteriorados. O refeitório não tinha ventilação, o que forçava muitos a comerem em pé ou fora do local destinado às refeições.

Após o incêndio, foram registradas 18 demissões por justa causa, 173 rescisões antecipadas de contratos e 42 pedidos de demissão. Cerca de 60 trabalhadores perderam todos os pertences pessoais no incêndio.

O Ministério Público do Trabalho está em processo de negociação de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a empresa, para garantir:

  • Pagamento das rescisões;
  • Indenizações por dano moral individual e coletivo;
  • Indenizações pelos gastos com o deslocamento para o Mato Grosso;
  • Pagamento das despesas de retorno e alimentação as cidades de origem dos trabalhadores resgatados;
  • Pagamento de R$ 1.000,00 a cada trabalhador como compensação pelos bens pessoais perdidos no incêndio.

Além disso, o trabalhadores ainda devem receber todas as verbas rescisórias, incluindo salários pagos “por fora”, horas extras, férias proporcionais, 13º salário, FGTS e demais direitos.

Os trabalhadores resgatados receberão o seguro-desemprego em modalidade especial, prevista para vítimas de trabalho análogo ao de escravo (entenda mais abaixo).

A força-tarefa ainda analisa documentos e pode realizar novas inspeções no local. A TAO Construtora tem atualmente quatro obras em andamento no estado do Mato Grosso, empregando cerca de 1.200 trabalhadores. A unidade de Porto Alegre do Norte é a maior delas.

O que é trabalho análogo à escravidão?

 

O Código Penal define como trabalho análogo à escravidão aquele que é “caracterizado pela submissão de alguém a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou seu preposto”.

Todo trabalhador resgatado por um auditor-fiscal do Trabalho tem, por lei, direito ao benefício chamado Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado (SDTR), que é pago em três parcelas no valor de um salário-mínimo cada.

Esse benefício, somado à garantia dos direitos trabalhistas cobrados dos empregadores, busca oferecer condições básicas para que o trabalhador ou trabalhadora possa recomeçar sua vida após sofrer uma grave violação de direitos.

Além disso, a pessoa resgatada é encaminhada à rede de Assistência Social, onde recebe acolhimento e é direcionada para as políticas públicas mais adequadas ao seu perfil e necessidades específicas.

⚠️ COMO DENUNCIAR? – Existe um canal específico para denúncias de trabalho análogo à escravidão: é o Sistema Ipê, disponível pela internet. O denunciante não precisa se identificar, basta acessar o sistema e inserir o maior número possível de informações.

A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações no local.

Por Rayane Moura, g1 — São Paulo.