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Outubro Rosa: Conheça a história de Odila

O mês de outubro é o mês de mobilização internacional para o combate ao câncer de mama. O Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima que a cada ano, são diagnosticados no Brasil ao menos 66.280 mil novos casos. Apesar de ser mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. Durante o mês de outubro, o OPioneiro trouxe um pouco da história de algumas canaranenses que superaram a doença. Conheça agora a última história que trazemos, de Odila Bandeira.

Odila Bandeira, é mãe de três filhos e tem 74 anos. Morou na Vila Garapu II entre 1978 e 1982 e desde então reside na cidade de Canarana/MT. Em 2018, aos 72 anos, foi diagnosticada com câncer de mama.

Em outubro de 2018, Odila estava em Água Boa/MT ajudando seu genro em uma mudança. Na mesma época ela estava fazendo injeções para tratamento de infecção urinária. Ela levou as injeções junto e fez no hospital. No passar pelo corredor, viu que faziam mamografia e como era mês de outubro, resolveu fazer. Porém, a responsável pelo procedimento não podia lhe atender, então Odila voltou para Canarana “encucada”. Em Canarana, realizou o ultrassom das mamas e a mamografia, logo o médico recomendou que ela procurasse um especialista.

Uma de suas filhas, resolveu voltar para Cuiabá/MT para concluir a faculdade, então guardou para si. Combinaram de que enquanto sua filha organizava as coisas para se mudar, ela iria na frente para realizar alguns exames porque precisava fazer uma cirurgia na bexiga. Não estava mentindo, mas omitiu certas informações. Procurou um mastologista, que solicitou mais exames e biópsia. O resultado demorou algum tempo para sair. Em meados de dezembro de 2018 o resultado apontou um câncer de mama não agressivo.

No dia 14 de janeiro de 2019, houve a mudança para Cuiabá. Foi nesse período que resolveu contar aos seus filhos, pois para ela não havia necessidade de contar antes. “Como eu sempre tomei conta deles, falar somente ajudou porque eu estava indo (fazer o tratamento)… Eu sempre soube tomar conta de mim. Mas por enquanto, chega uma hora que não dá mais”, disse. 

Reação ao diagnóstico

Odila conta que não tinha medo de morrer, “mas quando você reflete a palavra câncer, te dá um calafrio. A gente sabe que o câncer muitas vezes mata, poucos escapam”. No começo ela não achou certo, pois sempre cuidou de sua alimentação, nunca fumou, bebia socialmente (mas parou há 13 anos). Então não sabia o porquê de ter desenvolvido um câncer que não era hereditário. Como acredita que nada é por acaso, viu nele uma oportunidade para buscar se dedicar mais aos outros e ter mais paciência. Agora, “para mim já passou e eu não tenho o que reclamar”, completa.

Tratamento

Em fevereiro de 2019, fez a cirurgia no Instituto de Tratamento de Câncer (ITC) em Cuiabá, onde retirou o nódulo e os linfonodos axilares. Retornou um mês depois para uma nova consulta, iniciando a quimioterapia logo após. As sessões ocorriam a cada 21 dias. Na segunda sessão de quimioterapia já começou a cair o cabelo. “Que coisa terrível as quimio. Eu não vomitei, não deu diarreia e nenhuma outra reação. Mas é um mal estar tão grande, que você não consegue. Quando chegava em casa, ia direto para a cama, onde ficava o resto do dia sem coragem para levantar”, contou Odila. Após finalizar o tratamento quimioterápico, fez um intervalo de um mês para iniciar a radioterapia no Hospital Santa Casa. Foram 30 sessões que ocorriam de segunda à sexta-feira. 

Diferente de muitas pessoas que tratam o câncer, para ela não foi receitado o tamoxifeno como medicamento. Como seu nódulo estava em estado inicial, deve ingerir diariamente um comprimido de Arazabi por cinco anos. 

Grupo de apoio

Sobre a participação em grupos de apoio, Odila conta que participa do grupo Vitoriosas. Onde percebeu que não estava sozinha, compartilhou histórias, aprendeu muito e recebeu e deu força. Além disso, conhece o MTMamma, mas disse que não participou como assistida, apenas pegou lenços emprestados para utilizar durante o tratamento.

Mensagem de apoio

Para as pessoas que estejam passando ou possam vir a desenvolver a doença, “aprendam a se tocar. Eu não tive esse hábito e fui muito relaxada. Se cuidem porque a vida é uma só. Não se desesperem, entreguem na mão de Deus, pois ele cuida e nos guarda, basta ter fé. E usem a fé que cada um tem dentro de si, isso valeu muito para mim”, disse ela. 

Prevenção

O tema da campanha do Outubro Rosa deste ano é “quanto antes, melhor”, sendo o diagnóstico precoce, o responsável por aumentar as chances de cura. Conforme pesquisas, cerca de 70% dos casos de câncer de mama são detectados pelo toque. Apesar de ser recomendado realizar mamografia anualmente depois dos 40 anos, antes disso, é importante realizar exames de rotina e o preventivo. Onde, muitas vezes são capazes de detectar o câncer ainda em estado inicial.

Por Vitória Kehl Araujo, para o OPioneiro.

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