Você já percebeu que nos filmes e em muitas imagens que circulam na internet os materiais radioativos são sempre caracterizados com uma coloração verde brilhante?
Muitas pessoas até acreditam que para saber se uma coisa é radioativa basta observar se ela brilha dessa maneira. Mas, será que os elementos radioativos, realmente, brilham dessa forma?
O brilho dos elementos radioativos
A primeira coisa que você precisa entender é que o decaimento radioativo (nome dado ao processo que ocorre quando os núcleos instáveis dos isótopos são rompidos devido à instabilidade atômica) produz fótons bastante leves.
Contudo, esses fótons não se encontram em uma porção visível do espectro. Ou seja, os elementos radioativos não brilham em nenhuma cor que a visão humana consiga identificar.
No entanto, existem alguns elementos radioativos que são capazes de transmitir energia a materiais fluorescentes ou fosforescentes. Sendo assim, aparentam estar brilhando. Aliás, em muito mais cores que apenas o verde.
Por exemplo, o plutônio parece brilhar com uma cor avermelhada. Isso acontece porque a superfície do plutônio queima na presença do oxigênio no ar, tal como acontece com uma brasa de carvão.
Outro exemplo é o rádio e o isótopo de hidrogênio trítio. Esses elementos conseguem emitir partículas que mexem e excitam os elétrons de materiais fosforescentes ou fluorescentes. Nesse caso, temos o estereotipado brilho esverdeado que tem sua origem num fósforo, quase sempre o sulfeto de zinco dopado.
Também temos o radônio, outro elemento radioativo que pode apresentar brilho. Como se trata de um gás, ele fica amarelo fosforescente conforme é resfriado.
A medida em que ele vai ficando cada vez mais frio, isto é, abaixo de seu ponto de congelamento, ele começa a ter uma cor vermelha brilhante.
Reações nucleares também produzem brilho. Um dos exemplos mais conhecidos, neste caso, é o brilho azul muito associado aos reatores nucleares. Essa luz azul recebe o nome de Efeito Cherenkov ou radiação Cherenkov.
Outras situações
Em algumas situações muito incomuns e raras, os materiais radioativos também podem emitir partículas carregadas que viajam em altas velocidades. Pode acontecer de essas partículas interagirem com o ambiente para criar um brilho.
Esse ambiente pode conter, por exemplo, moléculas de água, nitrogênio ou oxigênio, mas precisam estar no ar imediatamente ao redor do elemento.
Outras situações podem incluir moléculas de água absorvidas pelos materiais radioativos — ou a água dos tanques de armazenamento nuclear.
O mito do brilho verde
Sobre o brilho verde, essa história começou por volta dos anos 1910 e perdurou até a década de 1970.
Na época, usava-se muito o elemento rádio para uma série de finalidades, de itens domésticos a equipamentos militares. O rádio, por si só não, emite luz verde brilhante, mas quando misturado com o fósforo (feito de sulfeto de zinco e prata) a coisa ficava mais interessante.
As partículas alfa emitidas pelo rádio atingem os átomos do fósforo. Então, as partículas alfa forçam os elétrons desses átomos a pular para um nível de energia mais alto. Quando os elétrons caem de volta ao nível de energia original, eles irradiam um brilho esverdeado.
Fonte: MegaCurioso.