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Em depoimento, preso conta que roubo a transportadora em Confresa (MT) foi frustrado por causa de fumaça na sala do cofre

O primeiro suspeito preso durante a Operação Canguçu confessou participação na tentativa de roubo à transportadora de valores em Confresa (MT) e deu detalhes do assalto. Em depoimento à Polícia Civil, ele disse que o grupo esperava achar entre R$ 30 e 40 milhões, mas não conseguiu levar nada porque a invasão demorou mais que o esperado e foram surpreendidos por uma grande quantidade de gás na sala do cofre.

Após a tentativa frustrada, o grupo fugiu para o Tocantins e está sendo perseguido há quase 30 dias por uma força-tarefa de cinco estado. Até esta segunda-feira (8), dois suspeitos foram presos pela Polícia Militar e 15 morreram em confronto. Outros três foram presos em investigação da Polícia Civil do Mato Grosso.

Entre os capturados pela PM está o homem que se identificou como Paulo Sérgio Alberto de Lima. Ele foi preso em flagrante logo depois que o bando desembarcou no Tocantins e fez reféns em uma fazenda, na zona rural de Pium. O g1 não conseguiu contato com nenhum advogado dele.

O suspeito contou que foi contatado quatro meses antes do roubo, mas o grupo estava planejando o crime há mais tempo. A função dele era usar uma espécie de lança-chamas para cortar o cofre.

  • Suspeito: Eu fui convidado através desse magrelo que morreu […] Fui convidado e caí nessa bobeira.
  • Delegado: O senhor receberia quanto?
  • Suspeito: Exemplo, do que tivesse lá dentro, se tivesse R$ 10 milhões no caso e tivesse dez pessoas seria R$ 1 milhão para cada um. Para mim seria R$ 500 mil, no caso.

 

O grupo entrou na transportadora após explodir paredes. A investigação apontou que os criminosos tinham calculado o tempo que as forças especiais da PM do Mato Grosso levariam para chegar até Confresa.

Criminosos abrindo porta que dá acesso ao cofre de transportadora — Foto: Divulgação

Eles até conseguiram chegar ao cofre e iniciaram o corte, mas não tiveram tempo de abrir e acabaram desistindo após serem surpreendidos pela fumaça, que seria um mecanismo de defesa.

  • Delegado: Conseguiu acessar o cofre?
  • Suspeito: Conseguiu, mas não tinha como pegar nada. Não foi tirado um centavo da transportadora. Não foi tirado nada.
  • Delegado: Por quê?
  • Suspeito: Devido à fumaça. É tipo enxofre. Você não consegue ficar perto dela. Não tem jeito. Entrou mais gente, mas ninguém conseguiu ficar perto. Tinha que sair fora. Desistiu, teve que ir embora, não conseguia pegar.
  • Delegado: A estimativa é de que lá teria quanto em dinheiro?
  • Suspeito: Uns 30, 40 [milhões]

 

A busca pelos criminosos continua e a suspeita da polícia é de que pelo menos mais três homens estejam em fuga pela zona rural do Tocantins. Essa é considerada pela polícia uma das maiores operações policiais para capturar criminosos do país.

São mais de 300 policiais de cinco estados. A ação conta com recursos tecnológicos de ponta, como drones termais e binóculos de visão noturna, além de helicópteros, barcos e cães treinados para buscas.

Policiais continuam na busca por grupo criminoso que aterrorizou Confresa (MT) — Foto: Divulgação/Polícia Militar

Policiais continuam na busca por grupo criminoso que aterrorizou Confresa (MT) — Foto: Divulgação/Polícia Militar

Operação Canguçu

 

As buscas no Tocantins começaram no dia 10 de abril, depois que os criminosos fugiram do Mato Grosso e entraram no estado usando embarcações e navegando pelos rios Araguaia e Javaés. Eles até tentaram afundar barcos para despistar as equipes policiais. São mais de 300 policiais de cinco estados.

Mesmo durante a fuga os criminosos têm deixado um rastro de terror, invadindo propriedades e fazendo pessoas reféns. Áudios divulgados nas redes sociais mostram o medo dos moradores em Marianópolis do Tocantins.

Nos últimos dias foram encontrados rastros dos criminosos, como espigas de milho e sapatos velhos próximo da região do povoado Café da Roça, na zona rural de Pium. Também foi encontrado sal com ureia, que serve para alimentação de bovinos, e estaria servindo de alimento para os fugitivos.

Os suspeitos ainda estariam usando sacos amarrados aos pés, para tentar não deixar pegadas por ponde passam. Estratégia que foi descoberta com a morte de um dos suspeitos.

As equipes que fazem parte da Operação Canguçu percorrem uma área de 4,6 mil km, em quatro cidades. Um verdadeiro arsenal de guerra foi apreendido durante a operação. Entre as apreensões estão armamento de grosso calibre, inclusive fuzis furtados da PM de São Paulo, milhares de munições, coletes à prova de bala e outros materiais.

Criminoso usava sacos de fibras sintéticas para tentar despistar a polícia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Criminoso usava sacos de fibras sintéticas para tentar despistar a polícia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por Ana Paula Rehbein e Patrício Reis, TV Anhanguera e g1 Tocantins.

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