Esta romântica pintura de Pedro Bruno (1888 – 1949) é denominada “A Pátria” e retrata a confecção da primeira Bandeira Republicana do Brasil; a obra, bastante divulgada nos livros didáticos de História do Brasil, foi pintada em 1919 e faz parte do acervo do Museu da República, situado no Rio de Janeiro: a cena acontece no interior de uma residência, no final do Século XIX, em tempos pré-industriais, e as mulheres, portas adentro, bordam e costuram o nosso maior símbolo pátrio; uma delas amamenta um bebê (representação da República que nasce). Na parede, ao fundo, meio a demais detalhes, está o retrato de Deodoro; Tiradentes está representado num quadro afixado na parede com o seu derradeiro momento (de camisolão e com a forca ao lado); sobre a mesa a imagem da Imaculada Conceição e crianças estão no meio do ateliê. Com a cabeça num travesseiro, um menino brinca com a estrela; outra menina, ternamente agarra-se à bandeira em construção e, discretamente, no canto esquerdo, há um homem idoso, quase que imperceptível na sombra, representando o passado monárquico a ser esquecido; tradicionalmente essa figura é interpretada como sendo a família de Benjamin Constant, que, num quadro postado sobre mesa, está com fardamento da época da Guerra do Paraguai. Como percebemos, a tela (1,90 X 2,78 metros) é carregada de muitos simbolismos e retrata de forma alegórica a “construção positivista da República” a partir da família e a exploração da esperança de novas gerações (simbolizada nas crianças) num país do futuro. O desenho da bandeira republicana brasileira foi criado conjuntamente por Raimundo Teixeira Mendes ( vice-diretor do Apostolado Positivista do Brasil), por Miguel Lemos, (diretor do Apostolado Positivista do Brasil) e Manuel Pereira Reis (catedrático de astronomia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro); o desenho do disco azul foi executado pelo pintor Décio Vilares e, por indicação de Benjamin Constant, acrescentou-se em meio às estrelas a constelação do Cruzeiro do Sul, com as estrelas Acrux e Gacrux equilibradas no instante 13 sideral. As estrelas refletem o céu da cidade do Rio de Janeiro tendo por base a data de 15 de novembro de 1889 e representam as unidades federativas (cada estrela representa um estado específico, além do Distrito Federal). Assim, definidas a dimensão e forma, a bandeira foi oficialmente adotada pelo decreto n.° 4, de 19 de novembro de 1889, e permanece intacta em sua concepção original, apenas com o acréscimo necessário de algumas estrelas, no círculo azul, que são representativas dos novos Estados que foram criados posteriormente. |
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