Governo de Mato Grosso avalia a flexibilização do uso da máscara facial em espaços abertos a partir do mês de dezembro. Secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo afirmou que o assunto é tratado pelo Comitê de Operações de Emergência (COE) da covid-19. Alguns estados já adotaram essa medida, a exemplo do Rio de Janeiro e o Distrito Federal, e outros também avaliam. Em São Paulo, a liberação está prevista para o dia 1º de dezembro.
Nos municípios gestores têm autonomia para decidir as regras, como já julgou o Supremo Tribunal Federal (STF), mas em Mato Grosso nenhuma cidade autorizou a flexibilização até o momento. Em Várzea Grande, o secretário municipal de Saúde, Gonçalo de Barros, afirmou que a liberação pode ocorrer também a partir de dezembro.
Epidemiologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Diego Xavier afirma que o momento permite o início de uma flexibilização do uso da máscara em espaços abertos, desde que não haja aglomeração.
Afirma que o risco que o ambiente aberto oferece é muito menor do que no fechado, desde que as pessoas mantenham o distanciamento social. Cita como exemplo um show que, mesmo ao ar livre, o uso do acessório continua sendo indispensável.
O epidemiologista reforça que esse período, quando se aproximam as festas de fim de ano, deve funcionar para se observar como a doença vai se comportar e que as pessoas precisam ter consciência de que o vírus não deixou de circular e, se for necessário, retroceder nas decisões.
“Se tivermos o mesmo comportamento do fim do ano passado, e do início deste ano, é bem provável que teremos de retroceder nestes avanços”. Ele defende que a liberação precisa acontecer de forma gradual, passo a passo, observando com cautela o comportamento da doença.
Diego Xavier afirma ainda que não entende a pressa da população para o descarte da máscara, uma vez que seu uso se mostrou efetivo e é também o menos restritivo de todas as medidas adotadas na pandemia. “Na Ásia, o uso da máscara é cultural, as pessoas quando têm qualquer tipo de doença respiratória, não saem de casa sem ela”.
Reforça que a vacina contra a covid-19 funciona, é importante no processo de vencer a pandemia, mas não se pode “jogar apenas nela a responsabilidade que é de todos”.
Por Dantielle Venturini, GazetaDigital.