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Mãe em Canarana sonha em reencontrar sua filha raptada há 35 anos

CANARANA – Adeli Alves Gama, com 60 anos a serem completados em dezembro, passou a maior parte de sua vida sonhando em reencontrar sua filha, raptada em 1986. Moradora da cidade de Canarana – MT desde 2005, Dona Adeli, sentada numa cadeira de sua casa, emocionada, olhando a única foto que tem da filha,  contou sua história ao OPioneiro.

Adeli Alves Gama, com 60 anos, passou a maior parte de sua vida sonhando em reencontrar sua filha, raptada em 1986 na região do Araguaia.
Dona Adeli Alves Gama; Foto – OP.

Ela se casou na década de 1980 em Canarana com Dionizio José Soares. Pouco tempo depois se mudaram para Porto Alegre do Norte – MT, onde Bigode, como ele era conhecido, trabalhava como policial civil.

Em janeiro de 1986, Dona Adeli estava vindo de ônibus com suas três filhas pequenas para Canarana, distante 380 km de Porto Alegre do Norte. Logo após o início da viagem, uma das filhas, Marta Soares de Windsor, então com pouco mais de três anos, começou a passar mal.

A família, que estava acompanhada de uma ajudante, desembarcou em Alô Brasil, a cerca de 160 km de Porto Alegre. Dona Adeli levou as três filhas até um dormitório que havia no local e acomodou elas para descanso, pedindo que a proprietária tomasse conta das meninas por alguns minutos.

Com apoio da ajudante, voltou até a parada do ônibus para pegar as malas, mas ao retornar ao quarto, encontrou a filha mais velha, Márcia, então com seis anos, desacordada, a filha mais nova, Patrícia, ainda bebê, quase caindo da cama, e a filha Marta não estava mais lá. Eram 17h00 do dia 11 de janeiro de 1986.

Naquele ano, houve um despejo de famílias em terras na região. Por conta disso, haviam muitas pessoas em Alô Brasil. Desesperada, Dona Adeli saiu à procura de sua filha, mas ninguém tinha alguma pista ou queria colaborar com alguma informação.

Via rádio, Bigode foi avisado do sumiço da filha e a polícia da região fechou todas as rodovias, mas nenhuma pista apareceu. O único indício foi que no início da manhã do dia seguinte, um avião decolou de uma pista que ficava bem próxima a vila, voo que poderia ter levado sua filha a bordo.

Como policial civil, Bigode trabalhou mais de oito anos tentando encontrar sua filha, até que faleceu de infarto em 1993. A família acredita que sua saúde piorou em decorrência do sumiço de Marta.

O casal ainda teve mais dois filhos. Hoje, dona Adeli e seus filhos Márcia, Patrícia, Marcelo e Delma residem em Canarana. E foi em Canarana que eles encontraram a única testemunha, uma criança, que estava em Alô Brasil naquele dia. Ao ver a única foto que a família tem de Marta e ouvir sobre a história, ela disse que viu um homem levando aquela criança no colo. 

Adeli Alves Gama, com 60 anos, passou a maior parte de sua vida sonhando em reencontrar sua filha, raptada em 1986 na região do Araguaia.
Bigode com sua filha. Essa é a única foto que a família tem de Marta; Foto – Arquivo Familiar.

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Conforme Adeli, o inquérito instaurado sobre sua filha raptada, também desapareceu após a morte do seu marido. Há indícios que foi queimado. Sem inquérito, sem investigação, sem testemunhas e sem pistas, a única esperança está em Deus em um dia reencontrar Marta, que hoje estaria com 38 anos.

“Eu oro, peço a Deus, que meu maior sonho é poder reencontrar minha filha. Eu sei que ela deve estar bem, mas talvez pense que foi dada pela mãe, ou mesmo nem saiba que quem a criou não eram seus pais. Eu só quero poder encontrar ela, abraçar e contar que ela não foi dada pela mãe”, disse dona Adeli, emocionada.

Qualquer informação ou pista desse caso, pode ser repassada para Márcia, em seu Facebook, clicando aqui.

Por OPioneiro.

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