BARRA DO GARÇAS – A ação conjunta entre as Polícias Militar (PM-MT) e Judiciária Civil (PJC-MT) que recuperou 60 cabeças de gado furtadas de uma propriedade rural de Alto Garças (357 km de Cuiabá) chamou a atenção da sociedade para um tipo de crime que tem ganhado as manchetes do Araguaia: furto de gado e abate irregular de animais. A atuação das forças de segurança ocorreu na noite de quarta-feira (24), na Rodovia MT-100.
Somente nesta semana, cinco casos diferentes foram registrados pela PM e PJC, onde nove pessoas foram presas, sendo quatro suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada.
O trabalho de investigação da PJC iniciou muito antes desta ocorrência, desde a Operação Boi Bandido II, realizada no final do ano passado pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Barra do Garças. No entanto, no final de maio deste ano, os furtos voltaram a ocorrer e, desde então, alguns dos suspeitos e uma série de outros crimes correlacionados e praticados pelo mesmo grupo já foram identificados.
“Diante do crescente número de casos de furto de animais, nós começamos a investigar vários boletins de ocorrência registrados desde o dia 31 de maio, onde houve a subtração de 20 animais e a gente começou a colher elementos de informação, especialmente das pessoas que foram soltas após a operação no ano passado e nós conseguimos chegar aos autores destes crimes”, disse o delegado responsável pelas investigações, Nelder Martins Pereira.
Nesta ação conjunta de quarta-feira, por exemplo, três pessoas pertencentes a uma quadrilha foram presas. Na ocasião, os animais estavam sendo transportados por três caminhões que transitavam com a guia de transporte animal falsificada. A carga recuperada foi avaliada em R$ 150 mil e será devolvida ao proprietário.
Ribeirão Cascalheira
História parecida ocorreu em Ribeirão Cascalheira (900 km de Cuiabá), também na quarta-feira, onde policiais civis da Derf de Barra do Garças recuperaram 58 gados, subtraídos de uma propriedade rural da cidade. Na ocasião, um homem foi preso em flagrante e, de acordo com o delegado, este mesmo suspeito já havia sido preso durante a operação Boi Bandido II.
“A gente conseguiu dar uma resposta eficiente às ações criminosas que estavam acontecendo na região do Vale do Araguaia, atendendo a demanda destes proprietários rurais que precisam deste apoio investigativo. Mas nossos trabalhos ainda estão em curso. Estamos investigando a quadrilha e, inclusive, já identificamos outros responsáveis”, pontuou o delegado.
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Crimes de menor potencial ofensivo
Duas pessoas também foram presas em Barra do Garças, suspeitas de praticarem o furto e abate de animais, mas em menor quantidade. A prisão também ocorreu na quarta-feira (24.06) pela PJC. Os suspeitos respondem pelos crimes de furto qualificado pelo abate de semoventes, receptação e associação criminosa.
A Polícia Militar tem tido importante atuação na repressão a estes crimes, já que atua diariamente no patrulhamento rural e ambiental da região do Vale do Araguaia, que foi intensificado após o aumento de ocorrências nessa modalidade. Somente este ano, o patrulhamento já prendeu cerca de 20 pessoas, entre esse tipo de ocorrência e também de crimes ambientais.
Foi, inclusive, durante o patrulhamento rural que policiais militares prenderam dois suspeitos de furto de gado em Araguaiana, também na quarta-feira (24). Na ocorrência, os policiais encontraram no veículo usado pelos dois suspeitos um alicate e um machado, bastante utilizados para romper cercas e porteiras visando o de gados.
Em uma outra ocorrência registrada na terça-feira (23), em Barra do Garças, um homem foi conduzido à delegacia após ser parado por policiais militares, que encontraram vestígios como fezes e sangue fresco na carroceria de um veículo F-4000, além de uma ferramenta de corte.
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Integração
De acordo com o comandante do 5º Comando Regional de Barra do Garças, coronel PM Antonio Gilvando de Souza, além da integração de forças de segurança, o WhatsApp foi adotado para a criação de um grupo que envolvesse Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e proprietários rurais.
Assim, de maneira facilitada, toda vez que um possível crime ocorra em uma propriedade rural, o proprietário pode acionar tanto a PM quanto a PJC, para solucionar as ocorrências em tempo hábil.
“Nós estamos conseguindo dar uma resposta em um curto espaço de tempo e caminhando para a resolutividade dos casos, graças a integração entre as instituições de segurança pública, que estão trabalhando em um mesmo intento”, avaliou o coronel PM Souza.
Julia Oviedo/Sesp-MT
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