O governador Mauro Mendes (União Brasil) criticou a “inércia do poder público” diante dos assassinatos cometidos diariamente por facções criminosas no país. Ele voltou a defender o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), pela megaoperação policial que deixou cerca de 130 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.
Mendes falou sobre o tema em entrevista à Rádio Bandeirantes, na manhã desta segunda-feira (3).

“Todos os dias essas facções matam no Brasil em média de 130 a 140 pessoas. Foram mais de 40 mil no ano passado. Facções criminosas representam 70% a 80% desses assassinatos. Ou seja, elas matam todos os dias no Brasil. Alguém é convocado? Estão fazendo alarde? As ONGs estão se comovendo com essas mortes que diariamente acontecem? Não”, afirmou.
Após a megaoperação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo do Rio envie informações detalhadas sobre a ação — incluindo relatórios do planejamento, número de agentes, armamentos utilizados, mortos, feridos, detidos, medidas de proteção aos direitos humanos e prevenção de repetição — para dar transparência à ação, assegurar a responsabilização em caso de abusos e verificar se foi cumprido o princípio da proporcionalidade no uso da força.
Mendes argumentou que a falta de leis eficientes obriga os estados, por meio de suas polícias, a enfrentarem o crime organizado praticamente sozinhos.
“Nós precisamos criar instrumentos mais eficientes para combater e colocar um ponto final nisso. […] Eu não vejo nenhuma medida concreta do Governo Federal, das leis federais, às quais estamos submetidos. Aí ficam os governadores, com nossa Polícia Civil e Polícia Militar, tendo que fazer esse combate com instrumentos muito aquém da nossa necessidade”, declarou.
Em meio às críticas dirigidas a Cláudio Castro por setores da sociedade, Mendes voltou a parabenizar o colega fluminense. “O governador Cláudio Castro foi muito corajoso, está de parabéns. Enfrentou, os bandidos reagiram e a polícia está bem preparada — e deu no que deu”, completou.
Por MidiaJur.