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Consumo de cloroquina em Mato Grosso cresce 103%

CUIABÁ – Mato Grosso está entre as unidades federativas brasileiras que mais consomem hidroxicloroquina, a popular cloroquina, medicamento que vem sendo utilizado no tratamento de pacientes com coronavírus (covid-19). O consumo do remédio subiu 103,19% entre os meses de janeiro e março deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2019. O resultado causou espanto aos profissionais da área farmacêutica. Além disso, apresentou aumento nas vendas de outros remédios que fazem parte do tratamento dos infectados pelo novo vírus, como o paracetamol, liderando seu consumo no país.

O levantamento é do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que promove, neste mês, juntamente com os conselhos regionais, a Campanha Nacional do Uso Racional de Medicamentos.

O órgão representativo das farmácias solicitou consultoria quanto às vendas de medicamentos em tempo da pandemia mundial de covid-19. Enquanto no primeiro trimestre de 2019 foram vendidas 2.473 hidroxicloroquinas, este ano, foram consumidos no Estado 5.025 unidades do medicamento (103,19% a mais).

O Estado também se destaca quanto ao uso do paracetamol, dispontando no ranking nacional. Entre janeiro e março do ano passado, foram vendidas 127.670 unidades, passando para 308.207 este ano, o que significa um crescimento de 141,41%.

Medicamentos como dipirona sódica, vitamina C (ácido ascórbico) e vitamina D (colecalciferol) também apresentaram aumento nas vendas de 40,65%, 134,34% e 33,26%, respectivamente.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o uso de ibuprofeno deve ser evitado por pacientes com suspeita ou confirmação da covid19. Observou-se que, nesses pacientes, o medicamento pode aumentar os níveis de um receptor que facilitaria a entrada do vírus na célula. Apesar de o estudo ser preliminar necessitando de maior investigação científica, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que pessoas com sintomas da doença não usem ibuprofeno para aliviá-los.

Com isso, no Brasil e também em Mato Grosso houve uma leva queda no consumo do medicamento. O Estado que, no primeiro trimestre de 2019, consumiu 254.726 unidades de ibuprofeno, este ano, passou para 247.443, uma redução de apenas 2,86%.

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Mato Grosso (Sincofarma-MT), Hamilton Domingos Teixeira, diz que, apesar de não ter um levantamento fechado do consumo farmacêutico do mês de abril, é notório que as vendas dos medicamentos usados no tratamento do coronavírus continuam em alta. “Principalmente da hidroxicloroquina, seguida de vitaminas, analgésicos e antitérmicos. Mas, neste mês de maio, a expectativa é que o consumo volte aos patamares normais”.

Por Gazeta Digital.