CANARANA – Desativado há cerca de uma década, o antigo lixão de Canarana – MT, hoje margeando a zona urbana da cidade, ao lado do Bairro Fortaleza, recebeu por anos detritos e lixo doméstico de toda a cidade.
Pouco tempo após o lixão desativado, deu-se início a uma ocupação no local e a construção de moradias precárias. Em 2020, o cenário no local assemelha-se à um bairro, com demarcação de quadras e ruas, com dezenas de casas, havendo registro inclusive, de comércio ilegal de lotes. Qualquer “investimento” no local corre o risco de ser perdido.
Conforme informações repassadas pelo Ministério Público, uma ação possessória foi impetrada logo após o início das ocupações. O processo na Justiça já decorreu e foi deferida uma liminar para desocupação do local, não havendo hoje nenhum impedimento jurídico para cumprimento da decisão.
Além da ocupação de um terreno público, a invasão também é um fator de risco para a saúde dos residentes do local. Conforme o professor Reinaldo Bazito, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, em entrevista para a Revista Exame, os riscos de construções realizadas sem as devidas precauções variam de acordo com o tipo de lixo depositado no terreno. No caso de lixo doméstico, pode haver vazamento de gás metano, que não é tóxico, porém causa asfixia ao ocupar o mesmo lugar do oxigênio.
Tão preocupante quanto o risco à saúde, há o risco físico/estrutural, já que o terreno onde o lixo está depositado é instável, sendo outro problema quando construções são realizadas sobre os detritos.
Por mais que parte dos moradores esteja no local de “boa fé” e faz parte do grupo de baixa renda, sem condições para residir em outro local, o terreno é impróprio para moradia e uma desocupação da área é provável. Pela informações apuradas pela reportagem do OPioneiro, um mapeamento social já foi realizado para identificação de famílias que precisam ser realocadas.
Por OPioneiro.