CUIABÁ – Mato Grosso foi o único Estado do Centro-Oeste a registrar alta sobre o faturamento anual no segmento dos títulos de capitalização.
Dados divulgados pela Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), com base nas estatísticas da Superintendência de Seguros Privados (Susep), mostram que o Estado acumula, de janeiro a junho deste ano, receita de R$ 151,62 milhões, uma variação de +4,25% sobre o contabilizado em igual momento do ano passado.
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Nos estados vizinhos, o saldo foi de retração, sendo de -14,63% no Distrito Industrial, de -10,07% em Mato Grosso do Sul e de -6,11% em Goiás.
Além da receita em expansão, mesmo sob um contexto de pandemia e muitas incertezas, Mato Grosso foi ainda o estado que mais ampliou o movimento em cifras com os valores pagos em sorteios.
Giraram na economia local R$ 7,77 milhões, 265,99% a mais quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Em todo o País, o mercado de títulos de capitalização registrou um crescimento de 2,4% nas Reservas – recursos acumulados em títulos de capitalização – no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período de 2019, alcançando R$ 31 bilhões.
No semestre, a arrecadação recuou 7,11%, em comparação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 10,7 bilhões.
Os resultados de maio e junho, contudo, já demonstram uma trajetória de retomada gradual do crescimento.
Entre janeiro e junho, foram distribuídos R$ 471,2 milhões em prêmios de sorteios a clientes de todo o país. Somados aos R$ 9,1 bilhões de resgates pagos, a Capitalização injetou na economia quase 10 bilhões nesse período crítico.
Na avaliação do presidente da Federação, Marcelo Farinha, alguns fatores contribuíram para a evolução positiva desse indicador e ajudam a compreender a resiliência do setor.
“O primeiro é de natureza comportamental, pois a sociedade responde à crise com a busca de segurança”, assinalou, acrescentando que a capitalização – um instrumento de disciplina financeira – permite formar uma reserva e, ao mesmo tempo, participar de sorteios cujas premiações podem mudar a vida das pessoas.
Marcelo Farinha observa, ainda, que a sociedade está mais sensibilizada pelas causas sociais. “A capitalização responde a essa demanda social com a modalidade de títulos de capitalização Filantropia Premiável”, disse.
Por meio dessa modalidade, os clientes cedem o direito de resgate de suas reservas para instituições filantrópicas. Esses repasses alcançaram R$ 349,7 milhões no período.
O título de capitalização Instrumento de Garantia, por sua vez, funciona como garantia para contratos de crédito e locação de imóveis e, segundo o presidente da FenaCap, atende às exigências dos agentes econômicos que, em momento de incertezas, tendem a ser mais restritivos em suas contratações, requerendo mais garantias das contrapartes.
“Temos uma visão otimista para o resto do ano, embora não percamos de vista o fato de ainda vivermos uma crise de graves proporções.
O título de capitalização é um dos instrumentos mais versáteis do mercado financeiro e em um ambiente de taxa de juros reais potencialmente negativas, passa a ser ainda mais atraente”, destaca Marcelo Farinha.
“Em essência, as crises escondem oportunidades e é preciso saber identificá-las”, concluiu.
Por Marianna Peres/Diário de Cuiabá.