O governador Mauro Mendes assinou nesta terça-feira (01.12), o contrato junto ao Consórcio Jota Ele–MBM e determinou o início das obras do novo Hospital Universitário Júlio Müller, que estavam paralisadas desde 2013. O hospital será o maior já construído em Mato Grosso, com 58,5 mil metros quadrados somente de área construída em um terreno de 147 hectares, a ser edificado no KM 16 da MT-040, entre Cuiabá e Santo Antônio de Leverger.
Assinaram ainda o contrato, e a respectiva ordem de serviço para a retomada das obras o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, o reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Evandro Soares, e o representante do consórcio Jota Ele–MBM, o engenheiro Frederico Westphalen.
De acordo com o governador Mauro Mendes, a retomada da obra é uma “virada de página” e a concretização de mais um compromisso firmado no início de sua gestão: de concluir obras paralisadas, especialmente no caso do novo Hospital Universitário Júlio Müller, que possui cerca de R$ 96 milhões de recursos federais, por meio do Ministério da Educação (MEC), já assegurados para o andamento da obra. Ao todo serão investidos R$ 207,485 milhões na retomada e conclusão do hospital, sendo que a contrapartida do Estado também já está garantida.
“Se a obra não foi reiniciada, não é porque não tinha dinheiro, é porque não tinha vontade e até mesmo capacidade de tomar as providencias que foram tomadas. Na administração pública, não basta ter dinheiro para fazer uma obra ou qualquer ação. O dinheiro é, sem dúvida, extremamente importante e imprescindível, mas paralelemente a isso você tem que tomar uma serie de providências para vencer a burocracia e conseguir atender a todos os ditames legais e conseguir colocar um edital, contratar uma empreiteira e colocar essa obra em marcha e entregar à população”, afirmou.
Ainda segundo o governador, a retomada e conclusão do hospital vai possibilitar a ampliação do atendimento em saúde pública e já é considerada uma das principais ações do programa Mais MT. Além disso, vai trazer, em um futuro muito próximo, excelentes resultados para a universidade e para a formação acadêmica na área de saúde. Após a entrega, a gestão do hospital ficará sob a responsabilidade da UFMT.
“É um momento relevante, em que podemos virar uma página dessa história de obras paralisadas em Mato Grosso. Sete longos anos, uma obra paralisou, deteriorou e envergonhou a todos nós. (…) A saúde sempre foi, e ainda é, um dos grandes desafios de Mato Grosso e deste país. Ter uma saúde pública idealizada pelo SUS, que tem grandes vantagens, mas todos conhecemos a realidade. Das deficiências, dos problemas, do excesso de demanda e muitas vezes falta de estrutura para atender. Tenho certeza de que milhares de mato-grossenses passarão por aqui e vidas serão salvas”, destacou.
Para o secretário Marcelo de Oliveira, todo o processo até a chegada do resultado final e na atual retomada obra é resultado de um grande esforço da equipe da secretaria, que conduziu todo o certame com a maior lisura e transparência. A licitação foi realizada na modalidade Regime Diferenciado de Contratação Integrada (RDCI) – em que os projetos e obras são executados por uma mesma empresa – tendo como critério de julgamento a técnica e preço, além do instrumento de orçamento sigiloso.
Ao todo foram sete empresas, sendo cinco sob a forma de consórcios, participando do certame, mais de dois mil documentos foram analisados e 120 questionamentos foram apresentados pelas participantes e respondidos ao longo do processo licitatório. Como resultado, o investimento a ser realizado é R$ 8,788 milhões menor em relação ao que estava estimado, no valor de R$ 216,273 milhões, no início da licitação feita pela Sinfra. A economia se dá em razão do instrumento de “orçamento sigiloso” aplicado no processo licitatório.
“Nunca acreditei que conseguíssemos chegar a esse ponto, de nível de obras que estamos fazendo em Mato Grosso. Quando assumi a secretaria, com a prioridade de concluir todas as obras paralisadas no Estado, o obstáculo mais difícil era retomar a obra deste hospital. Graças a Deus tivemos na UFMT a parceria necessária para que pudéssemos juntos fazermos os detalhes do estudo do projeto básico. A Sinfra hoje cumpre seu papel de estar aqui dando a ordem de serviço. Viemos para consertar o Estado”, afirmou o secretário.
O reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Evandro Soares, lembrou que a elaboração do projeto do hospital, realizado anos atrás, foi feita a várias mãos. Porém, teve apenas 9% de seu andamento concluído devido à dificuldade do Governo do Estado da época, de dar sua contrapartida. Na ocasião, o investimento previsto era de R$ 116,5 milhões, sendo que metade dos recursos eram estaduais e metade federais.
“Foi pensado esse hospital em 2009, mas infelizmente na época o estado não fez a contrapartida devida e não conseguimos recursos para tal. Foi aí que, nesta gestão, conseguimos iniciar as negociações com o governador Mauro Mendes”, lembrou o reitor.
O projeto do hospital prevê a construção de oito blocos para atender as áreas assistenciais, de internação, nutrição, administrativa, entre outras. Serão 228 leitos de internação, 68 leitos de repouso e 63 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), sendo 25 para adultos, 18 voltados a atender crianças (pediátrico) e 20 para recém-nascidos (neonatal).
Além disso, a unidade de saúde contará ainda com 12 centros cirúrgicos, 85 consultórios, 45 salas de exame, 21 salas para banco de sangue e triagem e outras 53 salas administrativas. O prazo previsto para a construção do hospital é de 24 a 36 meses. “O hospital universitário está hoje em um ambiente pequeno, complexo, e precisávamos aumentar a quantidade, não só de leitos. Mas a oportunidade do ensino, da pesquisa, da extensão e, principalmente, das questões mais complexas da saúde. E este novo hospital representa isso”, reforçou.
O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), conselheiro Guilherme Maluf, elogiou o empenho da atual gestão do Governo de Mato Grosso e assegurou que o órgão de controle dará todo o apoio necessário para que essa obra seja finalizada e entregue à sociedade.
“Essa era a maior obra parada em Mato Grosso, em metros quadrados, que será retomada neste governo Mauro Mendes. Como médico, acompanhei por anos essa paralisação com muita tristeza, pois deixamos de salvar vidas, deixamos de formar muitos profissionais. E tenho certeza que esse é novo momento da saúde, pois teremos vários leitos de UTI, mas sobretudo, na capacitação dos profissionais que atendem a UFMT. Esforços como esse são louváveis, pois a sociedade poderá ter de volta os benefícios de uma obra parada”, ressaltou.
O senador Wellington Fagundes lembrou que a construção do hospital representa a criação de uma “cidade universitária”, que possibilitará um salto importante para o ensino e aprendizado na área da saúde. Isso porque o projeto, elaborado pela UFMT e revisado pela Sinfra, manteve a concepção de hospital-escola.
“Essa obra foi começada em 2012, paralisada em 2013. Mas antes disso, teve muito trabalho para que fosse possível realizar o convênio entre Governo e UFMT. É claro que causa indignação para qualquer cidadão ver o dinheiro público aplicado em uma obra inacabada. Mas felizmente estamos aqui hoje, dia em que o Estado e a UFMT reforçam essa parceria. Acredito que a obra mais importante é essa da educação, pesquisa, ciência, que será desenvolvida aqui”, afirmou.
O deputado federal Doutor Leonardo afirmou que a construção do hospital é a realização de um sonho dos mato-grossenses que vêem, na retomada da obra, o crescimento e pujança do Estado. Além disso, a conclusão do hospital vai representar mais um legado à população que será deixado pela atual gestão do Governo de Mato Grosso.
“Essa obra representa muito. É uma simbologia para nosso Estado. Estava paralisada há sete anos, mas o que ela traz para o Estado no incremento na educação, na formação universitária, de ganho, de equipamento, de ampliação dos leitos e profissionais, isso é um legado. Uma marca que esta gestão traz. Parabéns, governador. A cada dia o governador Mauro Mendes ganha a confiança da bancada, do Governo Federal e, principalmente, do mato-grossense, que está vendo se realizar os seus sonhos: asfalto, ponte, saúde e, principalmente, o Mato Grosso que sonhamos”, afirmou.
Representando a Assembleia Legislativa, o deputado Allan Kardec, afirmou que a retomada da obra traz nova esperança aos mato-grossenses, não apenas pela ampliação do atendimento na saúde. Mas, principalmente, aos moradores da região que esperam pelo desenvolvimento que a conclusão do hospital trará à região.
“Estamos muito felizes com este momento. Quando soubemos que essa obra ia acontecer, ela ficou cravada na nossa mente. E ficamos tristes quando ela foi paralisada no ano de 2013. Infelizmente os governos passados abandonaram essa obra. Só posso dizer meu muito obrigado. Temos sete anos de vergonha com essa obra paralisada, sete anos de sonhos de desenvolvimento dessa região parados. Mas a partir de hoje a esperança está renovada. Este bairro onde será construído o hospital chama-se Nova Esperança e essa nova esperança está em nossas mãos”, encerrou.
Também comparecem no evento a vice-reitora da UFMT, Rosaline Lunardi; o deputado estadual Wilson Santos; os secretários de Estado Mauro Carvalho (Casa Civil), César Miranda (Desenvolvimento Econômico) e Jordan Espíndola (Gabinete de Governo); o presidente do Intermat, Francisco Serafim de Barros; o presidente da MT Gás, Rafael Reis; o presidente da Ager, Luis Alberto Nespolo; o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges; a diretora da Faculdade de Medicina da UFMT, Bianca Borsatto Galera; e a superintendente do hospital, Elisabeth Mendonça.
Por Karine Miranda | Sinfra-MT