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Outubro Rosa: Conheça a história de Kalinka

O mês de outubro é o mês de mobilização internacional para o combate ao câncer de mama. O Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima que a cada ano, são diagnosticados no Brasil ao menos 66.280 mil novos casos. Apesar de ser mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. Durante o mês de outubro, o OPioneiro trará um pouco da história de algumas canaranenses que enfrentaram a doença. Conheça agora a quarta história que trazemos, de Kalinka Patrícia.

Kalinka Patrícia, tem 27 anos, é graduada em Direito e mora em Canarana/MT desde 2017. Mesmo não contendo histórico na família, Kalinka foi diagnosticada aos 25 anos. Isso mostra, que apesar das estatísticas, o câncer não tem idade.

Em fevereiro de 2019, Kalinka sentiu um desconforto na mama esquerda, que achava ser devido ao arco do sutiã. Entretanto, ao tocar sentiu um pequeno nódulo, que a deixou apreensiva. A primeira médica que a examinou, não achou nada suspeito, mas solicitou uma ultrassonografia (USG) das mamas por via das dúvidas. Com o resultado, lhe foi sugerido que procurasse um mastologista para fazer biópsia. Foi à Goiânia/GO, mas o resultado não foi conclusivo. Portanto, Kalinka e sua família acharam melhor ir a Cuiabá/MT, por ser dentro do estado e aos elogios que ouviram acerca do tratamento oncológico. Lá, ela fez uma nova consulta e uma core-biopsy (biópsia de fragmento com agulha) que constatou que ela estava com carcinoma ductal invasivo grau II (câncer de mama). 

Reação ao diagnóstico

Sobre a reação ao diagnóstico, Kalinka disse que no primeiro momento sentiu como se o mundo dela estivesse desabando. Com apenas 25 anos e tantos sonhos para realizar, foi difícil o processo de aceitação. No início ela não tinha noção dos desafios e ao imaginar que iria perder seus cabelos por conta do tratamento, ficava muito triste. Mas Deus deu-lhe força e coragem para enfrentar e tudo se tornou mais leve. Aprendeu a se amar careca, esbanjar alegria, exibir sua carequinha por aí sentindo-se segura de sí. “Quando usava lenços ou turbantes, não me sentia eu”, disse. Ela sabia que era apenas uma fase e logo iria passar. Essa aceitação tornou sua caminhada mais leve e com o apoio da família e amigos, venceu o câncer com muita garra e fé. 

Tratamento

Kalinka iniciou o tratamento em agosto de 2019 com as quimioterapias. Realizando um total de oito sessões, sendo uma a cada 21 dias, terminou essa etapa em janeiro de 2020. “Para mim foi a parte mais difícil e dolorosa do tratamento, pois os efeitos colaterais eram intensos e diários. Teve dias que sair da cama não era uma opção. Sentia muitas dores no corpo, mal estar, enjôos, náuseas, febre e outros sintomas”, disse ela. A fase da quimioterapia foi o seu maior desafio, devido os efeitos colaterais intensos.  

Com a diminuição do nódulo, foi possível realizar a retirada do quadrante mamário e dos linfonodos (esvaziamento axilar) em março de 2020, sem a necessidade de uma mastectomia (retirada total do seio). Entre junho e julho, fez 30 sessões de radioterapia e  atualmente faz uso de tamoxifeno e herceptin (medicação intravenosa a cada 21 dias).

Grupo de apoio

Kalinka, assim como Ana Margarete, participa de um grupo de Whatsapp chamado Vitoriosas, onde ela é a integrante mais nova. Nele, participam várias mulheres guerreiras que já passaram ou ainda estão em tratamento. O grupo serve para cada uma ajudar umas às outras, tirar dúvidas e compartilhar suas histórias e vitórias. 

Durante as sessões de quimioterapia, retornos e cirurgia, familiares e amigas revezavam para acompanhá-la. Contudo, para realizar as sessões de radioterapia, onde precisou ficar 51 dias em Cuiabá, devido as sessões serem de segunda a sexta-feira, por opção própria, ficou quase todo o período sem acompanhante. Porém, foi muito bem acolhida na casa de apoio Estrela Dalva, onde pôde conhecer várias pessoas, ouvir muitas histórias de superação e fazer amizades que pretende levar para vida toda. 

Mensagem de apoio

Para quem possa a vir passar pela doença, Kalinka deixa a seguinte mensagem: “A caminhada é árdua, dolorosa e desafiadora. Tudo que é novo nos causa medo, só não podemos deixar ele fazer morada. É preciso muita coragem, força e fé. Tudo passa, os aprendizados ficam. Acredite, existem muitas coisas boas depois de qualquer tempestade da vida”.

Prevenção

O tema da campanha do Outubro Rosa deste ano é “quanto antes, melhor”, sendo o diagnóstico precoce, o responsável por aumentar as chances de cura. Conforme pesquisas, cerca de 70% dos casos de câncer de mama são detectados pelo toque. Apesar de ser recomendado realizar mamografia anualmente depois dos 40 anos, antes disso, é importante realizar exames de rotina e o preventivo. Onde, muitas vezes são capazes de detectar o câncer ainda em estado inicial.

Por Vitória Kehl Araujo, do OPioneiro.

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