CANARANA – O Mato Grosso vive um momento crítico com grande número de contaminados pelo Covid-19 e UTIs quase lotadas. E o temor das autoridades é que esse quadro venha se agravar com a contaminação de aldeias inteiras. Os indígenas tendem a ter uma imunidade menor ao vírus e a maioria não tem acesso a estrutura de saúde existente nas cidades.
Na região do Vale do Araguaia/Xingu, no Leste de Mato Grosso, a situação é distinta entre os mais de seis mil indígenas de etnias que habitam a Terra Indígena do Xingu (TIX); e os povos Xavante, que possuem uma população de aproximadamente 22 mil pessoas.
Xingu
Conforme informações obtidas pela reportagem do OPioneiro, com servidores da saúde que trabalham no Dsei Xingu (Distrito Sanitário Especial Indígena), com sede em Canarana, no Xingu foram instaladas 12 UAPIs (Unidades de Atenção Primária Indígena), nos polos bases, pontos de apoio e locais estratégicos dentro da Terra Indígena.
As UAPIs são locais organizados para acolher e cuidar de pacientes com Covid-19, com manifestações leves e moderadas da doença. O principal objetivo é evitar que os casos fiquem graves e que o paciente precise sair para um hospital na cidade. Elas contam com concentradores de oxigênio, cilindros de oxigênio, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), medicações, teste rápido e profissionais para fazer o atendimento.
Além das UAPIs, foram criadas casas de isolamento para quarentena, que são ocas para abrigar indígenas que vem da cidade e evitar o risco de espalhar o vírus pelas aldeias. Os profissionais de saúde também cumprem quarentena antes de iniciarem a assistência.
Conforme o Boletim Epidemiológico do Dsei Xingu do dia 03 de julho, já tinham sido confirmados 41 casos de Covid-19 na Terra Indígena, com dois óbitos. Conforme os profissionais da saúde, no Xingu a contaminação é menor porque, em sua maioria, as aldeias se encontram isoladas e, devido às orientações, os indígenas estão evitando sair para a cidade.
Esse projeto, que visa impedir que a pandemia se alastre pelo Xingu, é coordenado pelo Dsei e tem a parceria do Projeto Xingu/Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ISA (Instituto Socioambiental), Funai (Fundação Nacional do índio), SPDM (Sociedade Paulista de Desenvolvimento da Medicina) e Atix (Associação Terra Indígena do Xingu).
Xavante
Entre os Xavante a situação está mais preocupante. Conforme Boletim Epidemiológico do Dsei Xavante, com sede em Barra do Garças, no dia 03, já tinham sido confirmados 168 casos com o novo coronavírus entre indígenas Xavante, com 21 óbitos. A maioria dos leitos de enfermaria e de UTI em Barra do Garças está ocupada por indígenas.
Temendo o agravamento da situação, lideranças de Barra do Garças solicitaram junto ao Governo Federal a instalação de um hospital de campanha na região para atender os Xavante.
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Na semana passada, a reportagem do OPioneiro fotografou um caminhão lotado de indígenas Xavante na cidade de Canarana, todos sem máscara e sem distanciamento. O município também abriga aldeias Xavante em seu território.
Por OPioneiro.
A reportagem é sobre o Xingu mas fala sobre os Xavantes, é só pra criticar os indígenas, porque não faz uma ação de conscientização ao invés de criticar? Cadê as doações de máscara para a população Xavante?