Tem gente que não sabe o que é Rock’n’Roll. Tem gente que acha que o ritmo sempre foi sinônimo de rebeldia. E tem gente que diz com convicção ao ouvir o termo que: “Rock é coisa do demônio!” E esse talvez seja um dos maiores mitos da música do último século.
Vamos lançar uma pequena “luz” sobre o tema e após, respondermos a pergunta que intitula o futilidade de hoje. Afinal, de onde surgiu esse ritmo?
Primeiramente, o Rock é um estilo musical caracterizado principalmente pela presença do som da guitarra. A batida é essencialmente uma mistura dos ritmos Blues e Country com contratempo acentuado.
Bom, não há um consenso do momento exato em que o Rock and Roll surgiu. O aceito pelos críticos e historiadores é que o ritmo tenha surgido entre 1940 e 1960, embora há elementos artísticos semelhantes ao Rock conhecido de hoje que já eram usados em 1910, na música country americana.
Mas onde e como surgiu? Para a surpresa de alguns, as raízes do ritmo, além do já mencionado blues e country, estão na música gospel. A mistura de ritmos surgiu a partir dos ensaios com elementos elétricos nas músicas dentro de igrejas. Um dos primeiros álbuns de música considerada já no ritmo do rock, inclusive, foi da cantora gospel americana Rosetta Tharpe. Rosetta começou sua carreira acompanhando sua mãe (Katie Bell Nubin) que tocava mandolin na Igreja de Deus em Cristo pelo sul dos Estados Unidos. A primeira música considerada no ritmo rock é “Strange Things Happening Every Day“.
Aliás, a própria expressão Rock and Roll surgiu em uma música gospel. Em 1937, Chick Webb e Ella Fitzgerald (uma das maiores vozes que já existiu) gravaram a música “Rock It for Me”, que incluía na letra o verso “Então, você não vai satisfazer a minha alma com o rock and roll”. O termo Rocking, na época, já era usado por cantores negros gospel no sul dos Estados Unidos para dizer algo semelhante ao êxtase espiritual.
Tá, mas porque a fama ruim do Rock então? Bem, temos ai vários candidatos a responsáveis. Começando pelo próprio Beatle John Lennon, que em entrevistas nos anos 70 afirmou que para ter sucesso na carreira solo teve que fazer um pacto com o demônio. Muitos religiosos, inclusive, consideram sua morte precoce um “castigo”.
Em meio a isso temos ainda como responsáveis pela má fama do ritmo o emblemático Ozzy Osbourne (que mordeu um morcego no meio de um show em 1982 {é sério}) e o pessoal do Black Sabbath (que por uma suposta maldição, passaram a andar com crucifixos no pescoço). Tem também ai uma dose de responsabilidade para Raul Seixas e até os Rolling Stones, por causa da música “Simpathy for the Devil” cuja letra é, basicamente, uma metáfora do diabo se apresentando pelas maldades que já fez no mundo.
Contudo, século XXI, garantimos, a fama só precede o ritmo, mas não o define. Basta ir a uma igreja católica ou protestante que trabalha com música em seus cultos e vai ser fácil identificar um arranjo de rock. Ritmo que engloba milhares de artistas e milhões de ouvintes, capaz de produzir músicas elevadas como “Spirit in the Sky”, de Norman Greenbaum, que diz na letra:
Never been a sinner I never sinned
I got a friend in Jesus
So you know that when I die
He’s gonna set me up with
The spirit in the sky
Tradução:
Nunca fui um pecador, eu nunca pequei
Eu sou amigo de Jesus
Assim você sabe que quando eu morrer
Ele vai me acertar com
O espírito no céu
Por OPIoneiro, com informações do blog Thathi.
https://www.youtube.com/watch?v=AZQxH_8raCI