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Artigo – Transtorno Dismórfico Corporal (O Defeito Inexistente) – Por Josiane Porsch

Para início de conversa, quero perguntar quem se lembra de Michael Jackson? Pode parecer uma pergunta boba, afinal ele foi um dos maiores artistas de todos os tempos, e com certeza continua encantando velhas e novas gerações. Mas eu me refiro àquele Michael do final dos anos 60 e início dos 70, quando começou a carreira artística junto com seus irmãos, e ficaram conhecidos como um grupo de cantores negros com cabelo “black power”. Lembrou? E lembra agora de como era sua aparência no ano de sua morte, em 2009, aos 50 anos de idade? Pois bem, é sobre este tema que este artigo abordará.

Michael Jackson é o representante famoso, que sofreu ao longo de sua adolescência e fase adulta, do Transtorno Dismórfico Corporal, que é quando a preocupação com um ou mais defeitos inexistentes ou sutis da aparência causa forte angústia ou prejudica a capacidade funcional.10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. No Brasil é realizada a campanha Setembro Amarelo, em alusão ao combate ao suicídio.

Com início geralmente na adolescência, a pessoa com o transtorno dismórfico corporal acredita ter uma ou mais imperfeições ou defeitos na aparência física, porém, defeito que na realidade não existe ou é leve. O TDMC ocorre em maior frequência em mulheres e aproximadamente entre 2 a 3% da população. Parece pouco não é mesmo? Mas os efeitos são tão devastadores que merecem nossa atenção. 

Os sintomas do transtorno dismórfico corporal podem surgir de modo gradativo ou subitamente, variando de intensidade e podem persistir se não forem tratados corretamente. Os alvos da “preocupação” costumam ser o rosto ou a cabeça, porém pode estar relacionado a qualquer outra parte ou várias partes do corpo, e inclusive, pode mudar de uma parte para outra. A pessoa com este transtorno pode passar horas na frente do espelho, procurando o seu “defeito”, ou mesmo evitar olhar para seu próprio reflexo. Muitos acreditam que as pessoas zombam sobre “seus defeitos” e podem surgir ainda outros comportamentos compulsivos, como tricotilomania, dermatotilexomania ou asseio excessivo.

Pessoas que sofrem deste Transtorno podem ainda recorrer a constantes e repetitivos procedimentos estéticos, como cirurgias plásticas; procedimentos odontológicos, orofaciais e dermatológicos.  Neste caso, voltamos ao nosso exemplo, o cantor Michael Jackson, que passou por inúmeros procedimentos cirúrgicos como uma forma obsessiva de mudar radicalmente seu corpo e imagem, a fim de satisfazer expectativas que não condiziam com a realidade.

A situação pode se agravar quando a angústia e ansiedade tomam conta da pessoa a ponto de evitar sair de casa, até mesmo para o trabalho ou escola, prejudicando as interações sociais. Em casos mais graves pode se chegar ao suicídio. 

O tratamento é focado em uso de medicamentos e a psicoterapia de abordagem cognitivo-comportamental tem apresentado bons resultados.

Por Josiane de O. M. Pörsch.

Psicóloga – Universidade Mackenzie (São Paulo)

Pós-Graduada em Psicologia Hospitalar – ICHC-FMUSP

Pós-Graduada em Educação Especial Inclusiva – UNOPAR

Pós-Graduada em Saúde da Família – Escola de Saúde Pública do Estado do MT

Pós-Graduada em Gestão Pública – IFMT

Pós-Graduanda em Psicologia e Coaching – Faculdades Metropolitanas

Coach de Emagrecimento pelo: Profissão Coach Express e Health Coach International Institute

*As opiniões expressas pelos colunistas não refletem a opinião do OPioneiro, sendo o autor do texto, responsável pelo conteúdo.

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