Para início de conversa, quero perguntar quem se lembra de Michael Jackson? Pode parecer uma pergunta boba, afinal ele foi um dos maiores artistas de todos os tempos, e com certeza continua encantando velhas e novas gerações. Mas eu me refiro àquele Michael do final dos anos 60 e início dos 70, quando começou a carreira artística junto com seus irmãos, e ficaram conhecidos como um grupo de cantores negros com cabelo “black power”. Lembrou? E lembra agora de como era sua aparência no ano de sua morte, em 2009, aos 50 anos de idade? Pois bem, é sobre este tema que este artigo abordará.
Michael Jackson é o representante famoso, que sofreu ao longo de sua adolescência e fase adulta, do Transtorno Dismórfico Corporal, que é quando a preocupação com um ou mais defeitos inexistentes ou sutis da aparência causa forte angústia ou prejudica a capacidade funcional.
Com início geralmente na adolescência, a pessoa com o transtorno dismórfico corporal acredita ter uma ou mais imperfeições ou defeitos na aparência física, porém, defeito que na realidade não existe ou é leve. O TDMC ocorre em maior frequência em mulheres e aproximadamente entre 2 a 3% da população. Parece pouco não é mesmo? Mas os efeitos são tão devastadores que merecem nossa atenção.
Os sintomas do transtorno dismórfico corporal podem surgir de modo gradativo ou subitamente, variando de intensidade e podem persistir se não forem tratados corretamente. Os alvos da “preocupação” costumam ser o rosto ou a cabeça, porém pode estar relacionado a qualquer outra parte ou várias partes do corpo, e inclusive, pode mudar de uma parte para outra. A pessoa com este transtorno pode passar horas na frente do espelho, procurando o seu “defeito”, ou mesmo evitar olhar para seu próprio reflexo. Muitos acreditam que as pessoas zombam sobre “seus defeitos” e podem surgir ainda outros comportamentos compulsivos, como tricotilomania, dermatotilexomania ou asseio excessivo.
Pessoas que sofrem deste Transtorno podem ainda recorrer a constantes e repetitivos procedimentos estéticos, como cirurgias plásticas; procedimentos odontológicos, orofaciais e dermatológicos. Neste caso, voltamos ao nosso exemplo, o cantor Michael Jackson, que passou por inúmeros procedimentos cirúrgicos como uma forma obsessiva de mudar radicalmente seu corpo e imagem, a fim de satisfazer expectativas que não condiziam com a realidade.
A situação pode se agravar quando a angústia e ansiedade tomam conta da pessoa a ponto de evitar sair de casa, até mesmo para o trabalho ou escola, prejudicando as interações sociais. Em casos mais graves pode se chegar ao suicídio.
O tratamento é focado em uso de medicamentos e a psicoterapia de abordagem cognitivo-comportamental tem apresentado bons resultados.
Psicóloga – Universidade Mackenzie (São Paulo)
Pós-Graduada em Psicologia Hospitalar – ICHC-FMUSP
Pós-Graduada em Educação Especial Inclusiva – UNOPAR
Pós-Graduada em Saúde da Família – Escola de Saúde Pública do Estado do MT
Pós-Graduada em Gestão Pública – IFMT
Pós-Graduanda em Psicologia e Coaching – Faculdades Metropolitanas
Coach de Emagrecimento pelo: Profissão Coach Express e Health Coach International Institute
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