A cada 40 minutos um acidente de trabalho acontece em Mato Grosso. O Estado registra anualmente uma média de 13,4 mil acidentes, destes, 2,1 mil em Cuiabá. Atividades de abate animal, cultivo de soja e atendimento hospitalar são as que mais geram ocorrências. Os dados são do Observatório de Saúde e Segurança no Trabalho. O levantamento revela ainda que foram 2 mil mortes notificadas por acidentes de trabalho no Brasil, mais de 100 em Mato Grosso.
Vítima de acidente de trabalho L.R, 33, perdeu movimento do polegar direito após ter o dedo esmagado por uma máquina. Ações simples como escrever e abrir uma garrafa tornaram-se desafio para o auxiliar de produção. Mesmo com cirurgia, 25 sessões de fisioterapia, o movimento continua limitado. O funcionário diz que no momento do acidente todo apoio foi prestado e ele chegou a ficar 3 meses afastado da empresa. “O que chama a atenção é que a empresa continua com vários riscos de acidentes e ninguém fiscaliza”.
A.R.S, 22, perdeu o pai que trabalhava em uma construção civil. Uma parede não escorada caiu sobre o homem, que não estava com nenhum equipamento de segurança e morreu. “Ele estava trabalhando, não fazia mal a ninguém. Até hoje, não recebemos qualquer amparo da empresa”, diz.
Procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Leonardo Lobo Acosta, confirma que o direito a um meio ambiente de trabalho seguro é previsto na Constituição Federal. Leonardo, que é coordenador regional da Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat) do MPT, reforça a obrigação do empregador garantir segurança e saúde de seus empregados, de modo a evitar acidentes e doenças ocupacionais.
O procurador confirma que os benefícios da prevenção vão além dos trabalhadores que terão sua saúde resguardada. Com a diminuição do número de acidentes, os gastos públicos com benefícios previdenciários são reduzidos. “A própria empresa também sairá ganhando, pois terá maior produtividade, menos rotatividade nos postos de trabalho, entre outros benefícios”, assevera.
Por Gazeta Digital.